Bullying: saiba como cuidar e orientar as vítimas e os agressores

Atualmente, a prática do bullying é recorrente e faz parte da rotina de estudantes tanto de escolas públicas quanto particulares.
Na sexta-feira, 20, um estudante de 14 anos atirou contra colegas de sala em uma escola particular de Goiânia. Dois morreram e outros quatro ficaram feridos.
A psicóloga Marina Ceroni esclarece que, desde fevereiro de 2016, existe uma lei federal que determina que as escolas públicas e privadas do Brasil precisam “assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática”.
Segundo Marina, na lei, está descrito que bullying não se trata apenas de violência física, mas também, pode ser verbal, moral, sexual, social, psicológica, física, material e virtual.

Como a escola pode
trabalhar esta questão com os alunos?
Para Marina, o papel da escola vai muito além de ensinar as matérias obrigatórias. “Sabemos que o papel de educar é dos pais, mas a escola tem participação importante na formação e desenvolvimento das crianças e adolescentes”.
Sendo assim, é na escola que a criança se relaciona com seus pares, faz amizades, e também vive seus primeiros conflitos. “Por isto, a escola precisa ter um olhar cuidadoso para o comportamento dos seus alunos. Brincadeiras, aparentemente inofensivas, podem se transformar em grandes problemas que afetarão de maneira significativa o desenvolvimento das crianças e, consequentemente, sua vida adulta”.

Marina Ceroni
Psicóloga
CRP – 06/137885
Telefone: (19) 974123504
Facebook: Psicóloga Marina Ceroni
E-mail: marinaceroni@hotmail.com

Ao surgir uma situação de bullying em sala de aula, o professor deve imediatamente intervir, ou seja, ao perceber um comportamento inadequado, uma falta de respeito ao outro, o docente deve falar sobre o ocorrido e esclarecer o fato, tanto para a vítima quanto para o agressor.
Ainda é importante que o professor aborde a situação aos demais colegas de sala que, muitas vezes, assistem aos episódios e, mesmo sem participar ativamente, acabam reforçando os comportamentos do agressor com piadas ou risadas e, por isto, também têm participação nas agressões.
Segundo a psicóloga, é importante que, após um episódio de bullying, a escola fique atenta a novos acontecimentos. “Se as agressões persistirem, é sinal de que as crianças ou adolescentes envolvidos precisam ser encaminhados a um profissional, e sejam criadas formas de intervenção e prevenção do bullying na escola, como palestras e campanhas que conscientizem as crianças e adolescentes”.
Nas situações de bullying, sempre existe o agressor e a vítima. O agressor e sua turma não têm uma razão especial para praticar o bullying. “O que acontece é que os mais fortes se ‘utilizam’ dos mais fracos para a própria diversão, prazer e demonstração de força. Reconhecemos o agressor naquela criança ou adolescente que pratica atos de maldade contra seus colegas, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar as vítimas”.
A vítima, ainda, sofre ameaças do agressor e, por este motivo, acaba ocultando dos responsáveis que tem sofrido bullying. “A criança ou adolescente tem medo das ameaças e não possui habilidades sociais suficientes para se posicionar diante das constantes provocações e se torna um alvo cada vez mais fácil para o agressor”.
Em ambos os casos, tanto o agressor quanto a vítima precisam de ajuda. O agressor precisa aprender a respeitar seus colegas, lidar com as diferenças e adquirir habilidades sociais para conviver em grupo. Sendo assim, é preciso que se trabalhe, com a ajuda de um psicólogo, comportamentos do agressor de impulsividade, intolerância, baixa resistência a frustações e ideia de superioridade frente aos outros.
Com a vítima, também é necessário fazer o trabalho de habilidades sociais e interpretação do cenário, ou seja, por qual motivo específico aquela criança tem sido alvo e como encontrar maneiras de ajudá-la a sair deste papel, pela intervenção de um psicólogo.
Sendo assim, a psicóloga Marina Ceroni finaliza afirmando que “se o seu filho, colega ou aluno é agressor ou vítima, é fundamental que se procure ajuda de um psicólogo especializado em trabalhar com crianças e adolescentes. A escola, ainda, deve lembrar-se sempre de que a conscientização é o melhor remédio, assim, a informação e o acolhimento promovem resultados significativos no combate às agressões”.