A síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das consequências mais marcantes do estresse, e se caracteriza por exaustão emocional e física, avaliação negativa de si mesmo, sintomas depressivos e insensibilidade com relação a quase tudo e todos. É um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido do esgotamento físico e mental intenso ligado diretamente à vida profissional do indivíduo. O termo ”Burnout” é uma composição de Burn (queima) e Out (exterior), sugerindo, assim, que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento irregular e inadequação geral.
A expressão Burnout em inglês significa também aquilo que deixou de funcionar por completa falta de energia, por ter sua energia totalmente esgotada, metaforicamente, aquilo que chegou ao seu limite máximo. Muitas pessoas nos dias atuais sofrem com a síndrome de Burnout, afinal os profissionais estão vivendo uma rotina muito cansativa e de muita pressão, estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho desgastante, ou melhor, a síndrome de Burnout pode ser representada por síndrome de esgotamento geral.
Segundo a psicóloga Erica Priscila Zia Cardoso, há também algumas vezes em que a vida pode causar desde insatisfação ou frustração, até a exaustão emocional. “Observa-se que, com o passar do tempo, algumas pessoas apresentam uma síndrome composta por exaustão emocional e adaptativa, desilusão ou frustração e até a vontade de isolamento social. Digo que as doenças orgânicas e fisiológicas relacionadas à psique humana, são doenças do ‘organismo como um todo’, que comprometem o sistema orgânico e os pensamentos em geral.”
A maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida, afeta a forma como ela se alimenta e dorme e também como se sente em relação a si própria e a forma como pensa sobre as coisas. Não se caracterizam como doenças mentais incapacitantes qualquer sintoma consequente às mazelas do cotidiano, às frustrações do dia a dia, os aborrecimentos a que todos estamos sujeitos.
Devido às cobranças e pressões diárias numa rotina de trabalho ficam evidentes que um dos principais fatores para o esgotamento e estresse é o lado profissional e a dificuldade de lidar com ele. Segundo a psicóloga, muitas pessoas encaram o trabalho como um castigo, uma forma de punição e isto é altamente prejudicial.
Além disso, Erica alerta que, apesar de existirem casos da síndrome em qualquer campo profissional, existem profissões mais propícias aos sintomas. “Profissionais que lidam diretamente com envolvimento interpessoal intenso entre pessoas, ou seja, todo aquele que tem freqüentes interações intensas ou emocionalmente carregadas com outros estão mais suscetíveis a desenvolverem os sintomas. Tais profissionais como policiais, bancários, taxistas, recursos humanos, médicos, área da saúde em geral, engenheiros, músicos, artistas, área da educação e assistentes sociais são alguns exemplos de casos propícios ao esgotamento geral, ou síndrome de Burnout.”
Dores fortes de cabeça, tontura, tremores, falta de ar, oscilação de humor, distúrbios de sono, dificuldade de concentração, problemas digestivos em alguns casos são alguns dos principais sintomas da síndrome de Burnout. Porém, a psicóloga alerta que cada organismo reage de um jeito diferente do outro e no início dos sintomas e eles acabam se confundindo muito com depressão, devido a atitudes negativas, irritabilidade, ansiedade, pessimismo e baixa auto-estima. É bom lembrar que não existe classe social, faixa etária ou diferença sexual para que aconteça a síndrome.
A psicóloga Erica explica como funciona o tratamento para que o paciente volte a ter uma vida normal. “O tratamento inclui uso de antidepressivos e psicoterapia, deixando claro que um não funciona sem o outro. Para auxiliar no processo de reabilitação é importante atividade física regular, exercícios de relaxamento que ajudam a controlar os sintomas. Além, é claro, de procurar melhorar os hábitos de vida como dormir bem e ter qualidade de vida, alimentação adequada entre outras coisas que, ao longo da vida, vamos descobrindo que podem nos ajudar no dia a dia.”