Caixinhas – Usina Ester

As caixinhas foram construídas a fim de abastecer os carreadores da usina, até então, movidos a vapor

A Usina Ester sempre foi lembrada como visionária, empresa que buscou, desde o início, ser produtiva e moderna. Uma das provas dessa fama foi a aquisição de oito trenzinhos que rodavam por toda sua propriedade.
Esses trenzinhos, chamados de carreadores entre os fornecedores de cana da Usina, foram encomendados e comprados na Inglaterra e eram utilizados para transportar a cana-de-açúcar entre as colônias dentro da fazenda.
Os carreadores eram movidos a vapor, então foram construídas caixas d’água em pontos estratégicos para abastecê-los e continuar o transporte da cana colhida.
A principal caixinha ficava no pátio da propriedade, onde era estabelecida a fábrica. Essa era a principal, pois os trenzinhos eram abastecidos diariamente após os dias de trabalho, já sendo preparados para o dia seguinte.
Outra caixinha ficava em uma propriedade entre a Colônia Carandina e onde é hoje o Bairro Nosso Teto. Existia um córrego na propriedade que a abastecia, de maneira automática, através de uma bomba.
Muitos contam que a descida era tão íngreme que, em uma curva, certa vez, ocorreu um desastre. O trem descarrilou e caiu em cima do operador da máquina, que acabou morrendo.
Havia uma caixinha na Colônia do Saltinho, na estrada do Quilombo. A água utilizada para encher a caixa originava do Rio Pirapitingui.
Com a modernização do processo de colheita e de transporte da cana, com o tempo, os trenzinhos foram desativados e dois deles foram totalmente reformados e enfeitam a nossa cidade. Um está na Usina Ester, ao lado da Igreja São Paulo, e o outro está em frente à Câmara Municipal.
Com a desativação dos trens, as caixinhas caíram em desuso, foram abandonadas e apenas uma permanece inteira até hoje, que foi revitalizada. Algumas pessoas limparam o mato do local, outras fizeram uma bela reforma.
Também foi realizado um projeto da Prefeitura em parceria com a Usina Ester com o plantio de 500 mudas de árvores de diversas espécies nos arredores da nascente da caixinha, o que garantiu a proteção dos mananciais.
Atualmente, não se sabe quem faz a manutenção, mas visitando a área, fica claro que a caixinha está recebendo cuidados.
A caixinha fica perto da região da antiga Colônia do Carrapicho, perto do antigo estábulo, na região do Bairro Guatemozim. De lá é possível ver a cidade de Americana.
Nos dias de hoje, ela é utilizada pelos motociclistas, também pelos ciclistas, que visitam a região e veem nessa caixinha um ponto de apoio para se refrescar, beber água, se lavar e seguir o caminho.
Muitas pessoas que caminham e passeiam pela região também utilizam o local, que é abastecido de águas cristalinas, provindas de uma fonte natural. Existem também pessoas que visitam para nadar.
Agradecemos a ajuda indispensável do Sr. José Pedroso, que alimentou o conteúdo desse texto com valiosas informações.

Texto: Letícia Atmann FrungiloSecretaria de Cultura e Turismo de Cosmópolis
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