Manter os pneus em bom estado não é essencial apenas para manter a integridade e bom funcionamento do carro, mas, também, para a segurança dos ocupantes do veículo. Por essa razão, mantê-lo calibrado e alinhado é muito importante, até mesmo para que os pneus durem mais e não pesem no bolso do motorista.
Segundo o mecânico de suspensão Ednaldo Britto, a medida do ar comprimido pode ser tanto em libras quanto em quilos. “Cada carro exige um tipo de calibragem, depende do modelo e de seu peso. Aí sim é aplicada a quantia de libras de acordo com o manual de cada fabricante de veículo”, explica ele. Ele acrescenta que a medida exata se encontra disponível na lateral da porta ou no manual do fabricante.
Existem algumas variações que os pneus podem sofrer e que podem danificá-lo. A primeira delas é a baixa pressão, que “é a quantidade de libras abaixo do especificado para o veículo”, define o especialista. “Na baixa pressão, os pneus terão desgaste nas laterais, o volante fica mais pesado e consome mais combustível e força mais a suspensão do veículo”, explica ele. Além disso, a baixa pressão causa superaquecimento, quebras e separações dos componentes da estrutura do pneu.
Já a alta pressão é, segundo o especialista, a quantidade excessiva de libras recomendada pelo fabricante do veículo. “Na alta pressão, o carro fica mais seco nos impactos com o solo e danifica os componentes da suspensão”, informa Ednaldo. Inclusive, a alta pressão pode ocasionar também um desgaste acelerado, desta vez no centro da banda de rodagem, encurtando a vida útil do pneu.
Os sintomas mais perceptíveis de que os pneus estão descalibrados são: volante pesado, ou puxando para um dos lados; carro mais lento, perda de potência; e consumo excessivo de combustível.
Existe, no mercado, a calibragem com nitrogênio, que tem inúmeras vantagens. “Ela não tem variação de pressão; tanto faz frio ou quente, que a pressão é a mesma. Ele também mantém o carro calibrado por mais tempo”, afirma o mecânico.
Já na calibragem convencional, o profissional esclarece que ela apresenta variação de pressão com os pneus quentes e também com os pneus frios, e descalibra mais rapidamente que o de nitrogênio.
A questão de alterar a medida dos pneus é bastante discutida. Segundo Ednaldo, o correto é não alterar; porém, se a pessoa realmente quiser, até no máximo duas medidas acima do original. “Por exemplo, se a medida for 185-60-15, alterar para 180-65-15 ou 195-60-15”, explica.
Calibrar os pneus deve tornar-se um hábito quinzenal aos proprietários de carro. “Recomendo calibrar os pneus a cada 15 dias, sempre com eles frios – ou seja, tendo rodado no máximo 3 km antes de fazer o processo de calibragem”, aconselha o especialista.
Geralmente, a vida útil dos pneus pode ser, sim, estendida tendo algumas cautelas. Por exemplo, ao calibrar os pneus, o proprietário do veículo também não pode se esquecer de calibrar o estepe.
Além da calibragem, conservar os pneus pede também que seja feito rodízio e balanceamento, ambos a cada cinco mil quilômetros, e que também sejam adotados alguns hábitos ao dirigir.
Os hábitos e costumes de cada motorista têm grande influência no desgaste e na durabilidade dos pneus do seu carro.
• Evite buracos e obstáculos. Os impactos e atritos podem causar avarias irreversíveis aos pneus;
•Alta velocidade causa o flexionamento excessivo da carcaça e superaquecimento dos pneus, acelerando seu desgaste;
• Evite fazer curvas em alta velocidade. Essa situação força o arraste dos pneus e causa um desgaste mais na área do ombro;
• Evite freadas ou arrancadas bruscas. Essa prática favorece o desgaste irregular e acelerado da banda de rodagem.