Campanha alerta para detecção precoce e riscos da doença

A campanha Novembro Azul teve início em 2008, e foi desenvolvida pelo Instituto Lado a Lado para discutir temas relacionados ao Câncer de Próstata.

O Câncer de Próstata, segundo o Instituto, é uma doença silenciosa que não costuma apresentar sintomas. “A detecção precoce pode aumentar em 90% as chances de cura. No entanto, 87% dos homens afirmam que o preconceito atrapalha na prevenção. Diante deste cenário, a informação e conscientização são poderosas aliadas para mudarmos este quadro”, afirma.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) fornece informações sobre o que é o câncer, dados sobre a doença no Brasil e os fatores de risco e sintomas que podem servir de alerta aos homens.

O que é
“O Câncer de Próstata é o resultado de uma multiplicação desordenada das células da próstata. Quando há presença de câncer, a glândula endurece. Na fase inicial, o câncer de próstata não tem sintomas. Em 95% dos casos, eles aparecem em estágio avançado.

Portanto, exames preventivos frequentes são fundamentais para que a doença não seja descoberta em estado avançado. Homens a partir dos 50 anos de idade (ou 45, se houver casos de câncer de próstata na família), devem procurar um urologista anualmente para realizar os exames preventivos.
A realização de exames nessa faixa etária está relacionada à diminuição de cerca de 21% na mortalidade pela doença em estudos de grande porte e longo seguimento.

Um desses exames é o toque retal. O exame é rápido e indica se a próstata apresenta algum tipo de alteração. Caso a alteração seja detectada, o médico pode solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico, como o PSA (Antígeno Prostático Específico), o ultrassom transretal e a biópsia da glândula, que consiste na retirada de fragmentos da próstata para análise. Só então é feito o diagnóstico”.

Dados
Estudo realizado este ano pela SBU apontou que 51% dos homens nunca consultaram um urologista. Doença mais prevalente nos homens, o câncer de próstata tem estimativa de 69 mil novos casos ao ano, ou seja, 7,8 novos casos a cada hora. A doença não tem prevenção, no entanto, seu diagnóstico precoce é essencial para o tratamento curativo. Hoje em dia, é possível até mesmo não retirar o tumor, quando ele é classificado de baixo risco, apenas acompanhar sua evolução, o que é chamado de vigilância ativa.

Já o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) aponta que “o câncer de próstata é o segundo tipo mais incidente entre homens no mundo e o quinto em taxa de mortalidade. Estima-se que 70% dos casos ocorram nas regiões mais desenvolvidas. No Brasil, é o câncer mais incidente entre homens, excluídos os casos de pele não melanoma, e as maiores taxas ocorrem nas regiões mais desenvolvidas: Sul e Sudeste”.

Fatores de risco
• Idade (cerca de 62% dos casos são de homens a partir dos 65 anos);
• Histórico familiar;
• Raça (maior incidência entre os negros);
• Alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, verduras, legumes e grãos;
• Sedentarismo;
• Obesidade.

Sintomas (só aparecem nos casos avançados):
• Vontade de urinar com urgência;
• Dificuldade para urinar;
• Levantar-se várias vezes à noite para ir ao banheiro;
• Dor óssea;
• Queda do estado geral;
• Insuficiência renal;
• Dores fortes no corpo.

Conforme informativo do INCA em parceria com o Ministério da Saúde, no Brasil, tem se observado um aumento das taxas de incidência de câncer de próstata ao longo dos anos. “Isso se deve ao aumento da expectativa de vida da população, à melhoria da qualidade dos sistemas de informação, à maior disponibilidade dos métodos de diagnóstico e ao aumento do sobrediagnóstico associado à disseminação do rastreamento”, aponta.

Tratamento
Pacientes com câncer têm muitos direitos assegurados na legislação, para tornar a luta contra a doença um pouco menos difícil. Aos pacientes oncológicos, está garantido o primeiro tratamento pelo SUS, em até 60 dias a partir da assinatura do diagnóstico em laudo patológico, segundo afirma o Ministério da Saúde em nota.

Os homens devem ter assegurado acesso a tratamentos como a radioterapia com intensidade modulada (IMRT) ou cirurgia robótica. Por fim, há uma série de outros direitos para os pacientes com câncer (sejam homens ou mulheres), tais como: benefício assistencial para o paciente que venha a se tornar incapacitado para o trabalho; auxílio-doença ou mesmo aposentadoria por invalidez, afirma o Instituto Oncoguia.