Câncer de Mama é a doença que mais atinge as mulheres

O Câncer de Mama é a doença que mais atinge a camada feminina no Brasil e no mundo. Dados do INCA (Instituto do Câncer) relatam que, no país, estimam-se 59.700 casos novos de câncer, para cada ano do biênio 2018-2019 (os números se repetem nestes dois anos), com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres.

Idade
A doença é pouco comum no período anterior aos 35 anos, sendo considerada ideal, pela Sociedade Brasileira de Mastologia, a realização do exame de mamografia a partir dos 40 anos. Já o Ministério da Saúde recomenda que o mesmo seja realizado a partir dos 50 anos, mas, o maior número de casos diagnosticados em mulheres mais jovens levam esta camada da sociedade à mamografia cada vez mais cedo.
A ginecologista, obstetra e mastologista, Dra. Talita Giuzio, explica que um dos fatores que corroboram para a indicação da idade de 40 anos à realização do exame é o alto índice de casos a partir desta idade. “Além disso, a mamografia é um exame que necessita de uma mama com mais idade. A mama de uma moça jovem possui muitas glândulas e, conforme envelhece, troca estas glândulas por gorduras, que são ideais para a realização do exame, já que, no filme da mamografia, conseguem-se perceber as lesões com maior facilidade, pois, aparecem muito brancas. Em um seio com glândulas, as mesmas aparecem brancas também, tornando difícil diferenciá-las”, esclarece.
Além disso, a especialista afirma a necessidade da realização da mamografia anualmente para evitar que o surgimento do Carcinoma de Intervalo, que pode surgir de um ano para o outro.

Alguns tratamentos e seus efeitos colaterais
O Câncer de Mama possui diversas formas de tratamento, que inclui a Quimioterapia, a Hormonioterapia, a Radioterapia e a própria cirurgia, entretanto, as formas mais usuais são a Quimioterapia, também conhecida como AC ou “vermelha”, e os Taxanos, também chamados como Quimioterapia branca.
Segundo a ginecologista, dentro do organismo feminino, o conjunto de tratamentos quimioterapêuticos costuma agredir os óvulos da mulher, se vendo necessário, principalmente, em pacientes jovens, o congelamento dos mesmos, caso a paciente tenha intenção de engravidar no futuro.
A queda de cabelo, em especial com a Quimioterapia Vermelha, é comum, além da baixa no sistema imunológico, que pode levar a diversas infecções. Dra. Talita Giuzio alerta para os cuidados que pacientes em tratamento devem ter em ambientes fechados e/ou contaminados. “Caso ela precise ir ao hospital, deve optar por uma máscara e sempre tomar muito cuidado”, pondera.
Já na Quimioterapia Branca, os efeitos colaterais podem ser compreendidos a partir de dores e sensibilidade nas mãos e nos pés, classificada como Síndrome de Mãos e Pés, dores articulares e escurecimento das unhas. “Todos os efeitos são temporários. Terminado o tratamento, tudo volta ao normal”, afirma a especialista.

Fatores colaboradores
Hoje em dia, a hereditariedade é um dos principais fatores a influenciar no surgimento do Câncer de Mama, fato que pode ser descoberto a partir do Mapeamento Genético, que relata com precisão as chances da doença se manifestar no corpo da mulher. Em casos positivos, é possível realizar a cirurgia de remoção da mama antes do surgimento do problema.
Além disso, outros pontos que corroboram, não só para Câncer de Mama, mas para todos os outros, é o tabagismo, alcoolismo e sobrepeso. “Por isso, recomendamos não fumar, ter uma prática constante de exercícios físicos e uma alimentação saudável. No caso de bebidas alcoólicas, o uso em excesso é prejudicial”, alerta.
A terapia de reposição hormonal, durante a menopausa, pode aumentar as chances de Câncer, em comparação a mulheres que não utilizam o método. “Se tiver histórico na família, é recomendado que não submeta-se ao processo”, aconselha Dra. Talita.

Dra. Talita Giuzio – Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia CRM: 151.792 / Atende na Interclínicas – Rua Ramos de Azevedo, 57B, Jardim Bela Vista – Fones: 3812 2341 / 3812 2263

Autoestima
Durante o processo de tratamento, muitas mulheres podem enfrentar problemas de autoestima, algo que Dra. Talita Giuzio afirma se deparar com grande frequência dentro dos consultórios. “É nossa função orientar a paciente de que tudo o que está acontecendo com ela é uma fase e que irá acabar. É importante fazê-la entender que esse processo funciona como degraus e se sobe um de cada vez, mas, que necessita inteiramente da ajuda da família, amigos, e companheiros”, comenta.
A aceitação, tanto da doença, quanto dos efeitos que a mesma exercerá sobre o corpo da mulher é um dos pontos principais para a cura do câncer. Para tal, é importante que haja o incentivo e prática constante de atos a favor da autoestima feminina. “Incentivamos o uso de acessórios, maquiagem, lenços e perucas, mesmo que seja difícil se desfazer dos cabelos. Mas, sobretudo, incentivamos a mulher a entender que a maior beleza não está no físico, principalmente, para aquelas que irão perder a mama. Se a paciente está bem e feliz consigo mesma, ela irradiará beleza por todo canto”, comenta a ginecologista.
Mas, ainda há uma série de opções para mulheres que desejam manter sua aparência o mais próximo do que se foi; como o uso de toucas durante a Quimioterapia que evita a queda do cabelo e, principalmente, a reconstrução da mama, que, atualmente, é um direito da mulher e pode ser adquirido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).