A idade de maior incidência do câncer de mama é após os 50 anos, mas pode surgir em pacientes mais jovens
O câncer de mama é uma neoplasia (tumor maligno) da mama, sendo o câncer mais comum entre mulheres, ficando atrás somente do câncer de pele. O câncer de mama também acomete os homens, porém, é bem menos frequente, correspondendo a apenas 1% do total de casos da doença.
Os sintomas mais comuns do câncer de mama são o aparecimento de nódulos mamários irregulares e endurecidos, alteração da pele da mama, com surgimento de hiperemia (vermelhidão local), pele com aspecto de casca de laranja e descarga papilar (secreção pelo mamilo com sangue) e alteração do mamilo (inversão do mesmo). Nos estágios iniciais, com tumores pequenos, o diagnóstico é feito através dos exames de rastreamento, como a mamografia e a ecografia mamária.
A idade de maior incidênciado câncer de mama é após os 50 anos, mas pode surgir em pacientes mais jovens, sendo pouco frequente abaixo dos 35 anos .
O histórico familiar de câncer de mama é importante fator de risco, principalmente, quando existem casos em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha com câncer de mama), sendo que essas pacientes devem fazer um acompanhamento diferenciado, iniciando as mamografias de rastreamento mais cedo e com intervalos menores. A pesquisa genética do BRCA1 e BRCA2, que são os genes associados ao câncer de mama, pode individualizar melhor esses riscos de hereditariedade.
Outros fatores de risco importantes são ingestão de álcool, uso de hormônios, principalmente, terapia de reposição hormonal por tempo prolongado na pós-menopausa, nuligestas (que não tiveram filhos), sobre-peso, obesidade, exposição a radiação e tabagismo.
A prevenção em pacientes que não têm fatores de risco anteriores deve começar aos 40 anos e repetida a cada 1 ou 2 anos até os 50 anos (dependendo do protocolo seguido), sendo que, após essa idade, os controles deverão ser anuais. Antes dos 40 anos, o auto-exame deve ser estimulado como forma de conhecer a mama e perceber alterações que devem ser investigadas através de avaliação pelo ginecologista ou mastologista, que vão individualizar os exames de acordo com o perfil da paciente.
A mamografia ainda é o exame mais indicado para fazer o rastreamento de lesões iniciais do câncer de mama, mas pode ser complementada sempre que necessário pela ultrassonografia, ressonância magnética e outros em casos específicos, e complementados com biópsia nos casos indicados.
Como no grupo dos fatores de risco, alguns deles podem ser modificados, reduzindo, assim, a exposição da paciente a esses. Devemos estimular a alimentação saudável, a redução da obesidade e sobrepeso, as práticas de atividade física regular, não ingerir bebidas alcóolicas, pois essas medidas, quando aplicadas com sucesso, conseguem reduzir em 28% o risco de desenvolver câncer de mama. Estimular a amamentação também é importante fator de proteção, devendo ser incentivado durante todo o pré-natal e no pós-parto imediato.
O tratamento é baseado na cirurgia que, dependendo do estágio da doença, pode ser conservadora, com retirada apenas do tumor em casos iniciais (tumorectomia ou quadrantectomia) e em casos indicados a mastectomia (retirada da mama), acompanhados de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, determinados pela avaliação médica, sempre individualizado para cada paciente.
E para finalizar, sempre se examine, conheça seu corpo, sua mama, procure seu ginecologista de confiança sempre que notar algo diferente. Faça seus exames regularmente, mesmo sem sintomas, mude os hábitos de vida que podem lhe prejudicar, pois esses fatores de risco são evitáveis e só depende de você! Faça exercício regular, caminhe, ande de bike, dance, nade, pare de fumar, evite bebida alcoólica, mude!
Cláudio Márcio Dantas
Ginecologista
CRM 72958
Clínica Materclin
F. 3872-2732