Carência de humildade

Tomai sobre vós o Meu Jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Mateus 11:29
Em 1888, Uriah Smith, companheiro de Butler na administração, havia atuado como secretário da Associação Geral desde seu início em 1863, com exceção de três anos. Além disso, Smith estivera ligado ao periódico semioficial do adventismo (a Review and Herald) desde a década de 1850, era editor-chefe havia quase 25 anos.
Além disso, Smith era inquestionavelmente a maior autoridade da denominação, em interpretação profética. Seu livro Thoughts on Daniel and the Revelation [Pensamentos sobre Daniel e o Apocalipse] era um best-seller tanto na igreja quanto fora dela. Ao anunciar sua chegada para as reuniões de 1888, um dos jornais de Mineápolis-Saint Paul escreveu: “O pastor Uriah Smith […] tem a reputação de ser um dos mais capacitados escritores e oradores da conferência, sendo, além disso, um culto erudito.”
Assim como Butler, Smith se considerava guardião da ortodoxia denominacional. Em 1892, declarou sucintamente sua política editorial a respeito de algumas das novas ideias de Alonzo Jones: “Depois de muito estudo e anos de observação na obra, tendo-me estabelecido sobre certos princípios, não estou preparado para ceder diante da sugestão de qualquer novato”. Sem dúvida, esse fora seu posicionamento no que se referia à “nova teologia” de Jones e Waggoner em 1888. Nem Smith, nem Butler tinham a menor inclinação a ceder diante dos ensinos de homens mais jovens da Califórnia. Na verdade, foi exatamente o contrário que aconteceu.
Conforme já observamos, algumas características de Jones e Waggoner não ajudaram na situação. Ellen White escreveu-lhes uma carta em 1887, tentando suavizar o tom agressivo: “O pastor [J. H.] Waggoner tem demonstrado amar discussões e embates. Temo que E. J. [Waggoner] tenha cultivado amor pelas mesmas coisas. Necessitamos agora de boa e humilde religião. E. J. W. precisa de humildade e mansidão. O irmão Jones poderá ser uma força para o bem se desenvolver, a todo instante, a piedade prática” (Ct 37, 1887).
Não necessitamos ser humildes? Uma coisa é cantar um hino para que o Senhor nos torne humildes e mansos. Outra bem diferente é aceitar esse dom.
Senhor, ajuda-nos.