Caroline, seu esposo Riocemar e seu xodó Anitta

Caroline Oliveira é advogada e tutora de Anitta, uma cachorrinha vira-lata muito amorosa.
Sobre a adoção do xodó, Caroline diz que “comecei voluntariando em uma ONG que resgata animais, dava um lar temporário para os bichinhos que precisavam de ressocialização com humanos antes de irem para feiras de adoção. Anittinha nasceu numa ninhada de 6 cachorrinhos, e foi adotada com 45 dias, mas, sofreu maus-tratos na primeira semana de adotada. A protetora que a levou para adoção soube das agressões que ela estava sofrendo e imediatamente a resgatou.
Os abrigos estavam lotados e Anittinha estava muito traumatizada, seria ruim ir nestas condições para a convivência de outros cães. Além disso, não poderia perder a janela de adoção, já que ela ainda era um filhote. Então, a Neide, uma das protetoras, me ligou perguntando se poderia abrigar uma cachorrinha muito traumatizada, já que havia acabado de devolver, do Lar Temporário, um outro cachorrinho, mas, apesar disso, aceitei recebê-la. Quando fui buscar a Anittinha, ela já estava com 3 (três) meses de idade, e sempre digo que ela nos adotou e não o contrário.
Nos primeiros minutos em casa, ela se esparramou todinha e demonstrava estar extremamente feliz. À noite, vimos ela choramingando e abanando o rabinho enquanto dormia na caminha que demos. Ali meu coração se encheu de amor. Foi a primeira vez que um cachorrinho agiu assim em nossa casa, com tanta alegria e gratidão, por finalmente ter uma caminha só sua.
Ainda chegamos a levá-la para a Feira de Adoção, contudo, ela agarrou minha perna e não queria desgrudar. Anitta me trouxe de volta pra casa”.
Anitta adora casca de pepino, frutas, especialmente melancia, e come também folhas como alface, rúcula e agrião. Se for a hortinha de quintal, melhor ainda! Não sobra uma plantinha.
Anittinha ama correr, pular obstáculos e piscina/água. Sempre que possível, vamos ao parque gastar energia”, diz a dona.
“Sempre amei os animais e criei vários. Já tive coelhos, pintinhos, outros 2 vira-latinhas caramelo (meu ponto fraco… rs) e um papagaio muito sapeca e tagarela chamado Kiko – este, por sinal, foi meu primeiro resgate já que, aos 10 anos de idade, tomei de um vizinho estrangeiro que o maltratava muito. Ele viveu conosco por quase 15 anos, até que um dia descobri que ele era uma espécie rara da Amazônia. Mesmo com muita dor no coração, encaminhei para os cuidados do IBAMA. Até hoje, ele vive muito feliz em um Santuário de aves silvestres.
Acredito que avançamos positivamente com a nova Lei que prevê a possibilidade de prisão para agressores, mas, acho que devemos evoluir mais, trazendo uma aplicação de tempo de pena maior. Também acredito que apenas a Lei não muda os comportamentos sociais. É preciso investir em educação, conscientização e trabalhar o senso de coletividade. A proteção animal não se dirige apenas ao animal doméstico, é importante que tenhamos esta consciência como ser humano, que apesar de se destacar em relação aos demais seres vivos, ainda continuam sendo tão animal e tão pertencente à Natureza-Mãe como qualquer outro. Quando se protege a vida animal e toda a natureza, protegemos a nossa própria existência”, finaliza.