Carro parado causa danos em pneus, freios, motor…

Quando temos que deixar nosso carro parado por longos períodos, devemos tomar alguns cuidados para que os prejuízos não sejam maiores do que o carro em movimento. Mesmo quando usamos o carro somente aos fins de semana, é importante estar atento.

De acordo com o empresário e mecânico Adriel Nogueira de Azevedo, o carro parado começa a apresentar danos após 1 mês. “Os danos são variados: desde o óleo, que fica contaminado pela umidade, até os pneus, que após um mês começam a ficar deformados, ficando achatado onde fica em contato com o chão”, informa.

Contudo, se você usa o carro somente aos fins de semana, e esse trajeto for de 20 a 30 minutos, não há problema de passar cinco ou seis dias sem usá-lo. “Têm pessoas que têm o costume de somente ligar o carro na garagem, deixar funcionar um pouco e desligar. Na verdade, o carro precisa atingir uma temperatura específica, um período de rodagem ideal, que é em torno de 89 a 105ºC, para que todos os fluidos circulem nas galerias e para que haja lubrificação; caso contrário, o próprio fluido pode causar corrosão se ficar parado. Para a bateria, é preciso repor a carga, e para isso, somente andando com o carro. O ideal é que, pelo menos uma vez por semana, a pessoa ande com o carro para ele se aquecer. Porque, afinal, os carros foram feitos para serem usados diariamente”, explica o especialista.

O mecânico adverte que a pessoa que tem o costume de funcionar o carro por 5 minutos na garagem só faz com que acumule água no escapamento e prejudique o carro. “Por essa razão, sair com o carro é o adequado, porque o fluxo de ar aumenta no escapamento e ele, com a alta temperatura do gás do escapamento, evapora aquela umidade. Os abafadores são os que mais se prejudicam pelo acúmulo de água”, alerta.

Pneus
“A borracha do pneu é acomodada no aro sob pressão; a partir do momento que o pneu fica parado, aquela parte que não esta em contato com o solo tem pressão menor, o que começa a causar vazamento entre o pneu e a roda”, esclarece. “O correto é: se precisar deixar o carro parado durante uma ou duas semanas, é ideal que, antes de parar o carro, ir a um posto de gasolina e calibrar o pneu no mínimo até 10 libras a mais do que de costume. Assim, os pneus ficam bem cheios e demoram mais para ficarem deformados. Quanto maior a pressão do pneu, menores as chances de ocorrer vazamento e deformação”, afirma o profissional.

Combustível
Para quem roda pouco com o carro, como uma vez por semana, Adriel aconselha que o ideal é utilizar combustível aditivado. “Isso porque o combustível normal deteriora muito mais rapidamente do que o aditivado. A gasolina ou álcool comum também se deterioram”, explica. “Já para pessoas que ficam mais de um mês com o carro parado, o ideal é tentar esgotar o combustível ou manter o mínimo possível para, quando for voltar a ligar o carro, conseguir chegar ao posto mais próximo para abastecer. Não é bom deixar com muito combustível. Em torno de 30 dias, a gasolina comum perde suas propriedades, como se fosse um prazo de validade. Na aditivada, o prazo é maior”, esclarece ele.

Para o condutor, é difícil perceber se a gasolina venceu ou não; a única maneira é se atentar às datas. “A gasolina comum, de todos, é a que mais causa danos no carro após vencida e deteriorada: ela começa a causar danos como entupir filtro, bico, e além disso se oxida dentro do tanque, porque contém muita água, pelo fato de ter álcool em sua composição. Só é possível perceber que ela venceu se você tiver enchido o tanque com a gasolina comum antes de deixar o carro parado e, quando voltou a ligar, percebe alto consumo e menor desempenho”, informa o mecânico.

Freios
“Para quem vai deixar o carro um tempo parado, o ideal é deixá-lo em um lugar plano, colocar um calço no pneu, e deixar o freio de mão solto: isso porque o freio pode ‘colar’ devido à umidade do ar, o que oxida o sistema de freio e cola um no outro; quando o motorista for soltar o freio de mão, ele não desgruda, e o carro não sai mais do lugar”, alerta o especialista.

Já quando o motorista for andar com o veículo após um tempo parado, é importante tomar cuidado nas primeiras frenagens. “O sistema de freio está todo oxidado, o que pode travar a roda, dependendo da frenagem. É importante ir mais devagar, e, se possível, pegar uma pista, andar mais de 70 km/h e frear um pouco, para o sistema ir se adaptando e porque, em altas velocidades, a roda não corre o risco de travar”, aconselha ele.

Adriel Nogueira de Azevedo, proprietário e mecânico. Azevedo’s Car - Auto Center Contato: 3872-4249 Endereço: Rua Gustavo E. Epprecht, 386, Real Center

Adriel Nogueira de Azevedo, proprietário e mecânico.
Azevedo’s Car – Auto Center
Contato: 3872-4249
Endereço: Rua Gustavo E. Epprecht, 386, Real Center

Ar condicionado
“O ar condicionado, por ter vários pontos de vedação, ao ficar parado, pode apresentar ressecamento de algumas peças e ocorrer vazamento do gás; dessa forma, pode não funcionar mais. O ideal é ligar o ar condicionado pelo menos uma vez por mês. Já a umidade que fica em seu interior pode juntar ácaro. O conselho, então, é que, ao chegar na garagem, deixar de 3 a 5 minutos ligado no ar quente, para evaporar aquela umidade que tem nos dutos de refrigeração, e evitar formar muita umidade nesses dutos”, recomenda o especialista.

Motor
O óleo do motor tem um prazo de validade, mas muitos motoristas se baseiam pela quilometragem, esquecendo-se do prazo. “O prazo de validade é indeterminado quando está dentro do frasco, porém, a partir do momento que vai no motor, ele pode ser calculado por quilômetros ou por mês. O óleo mineral, em média, tem 6 meses de validade. Já o óleo sintético ou semi-sintético, 12 meses, em média. Para quem utiliza pouco o carro, é aconselhado seguir o cronograma de meses, e saber com o mecânico qual óleo que está sendo utilizado. Dessa forma, não terá dano nenhum no motor”, observa o profissional.

Adriel cita outro ponto importante relacionado ao motor: “quando ligar o carro após deixá-lo um tempo parado, deve-se andar com ele uns 30 segundos em marcha lenta, sem ficar acelerando muito; isso porque o óleo vai escorrendo nas paredes do motor, e fica concentrado no Carter. Até ele subir e lubrificar todos os componentes móveis do motor, pode ocorrer um desgaste prematuro. Então, andar devagar serve para que o motor lubrifique suas peças em baixa rotação”, informa ele.

Bateria
“Se o cliente for deixar o carro mais de um mês parado, ele deve desligar a bateria pelo pólo negativo. Porém, por ter muitos componentes eletrônicos ligados a ele, fazer isso desprograma todos esses acessórios; então, o motorista terá um custo extra para reprogramar. Por outro lado, não vai prejudicar a bateria e ter gastos com ela. Nesse caso, o motorista deve decidir o que é mais vantajoso para ele”, aconselha o mecânico.

Pintura
“Para quem não tem uma garagem coberta, o ideal é manter o carro encerado. Contudo, se for ficar com muito contato com o sol, é preciso colocar um pano e, por cima, uma capa específica para carros. Isso conserva borrachas e a pintura do veículo. Existe também o cuidado com as palhetas: deve-se passar plástico filme em volta delas, para não ficarem em contato direto com o vidro, se não, a borracha se deteriora muito rapidamente. Esse item é barato, mas, para não ter custo extra, o cuidado é bastante simples”, finaliza Adriel.