Casos de cinomose aumentam no período do inverno

A cinomose é uma doença que atinge cães, ataca o sistema nervoso e tem afetado animais de Cosmópolis. Após o contágio, o animal começa a apresentar os primeiros sintomas depois de sete a 18 dias.
A médica veterinária, Natalia Idalgo de Queiroz, que atende cerca de três a quatro novos casos por semana no período do inverno, explica o aumento nesta época do ano. “O vírus não tem uma predileção de temperatura, mas o que acontece é que esse vírus é mais sensível ao calor. Então, na época do verão, ele morre mais facilmente e, no inverno, fica mais tempo no ambiente”.
A doença é transmitida através do contato das secreções do nariz e da boca do animal que está contaminado. “A contaminação é feita pela via aerógena, o animal inala a secreção corporal do outro animal”.
Natalia ressalta que a doença não é transmitida para humanos, sendo exclusiva de cães, furões, raposas e animais silvestres.

A prevenção da doença é feita através da vacina V8 ou V10

A doença é grave, altamente contagiosa e pode estar em qualquer lugar, como quintais de casas, animais de rua e pode ser até mesmo trazida pelo humano que passa no local contaminado. “A doença pode ficar aproximadamente seis meses no ambiente contaminado e afeta animais de qualquer idade, raça ou sexo”.

Sintomas
A médica veterinária Natália explica os sintomas clínicos que os animais com a doença podem desenvolver:
Fase respiratória: tosse seca ou produtiva, pneumonia, secreção nasal, dificuldade respiratória, secreções oculares, febre, inflamação da faringe, dos brônquios e aumentos das tonsilas.
Gastrointestinal: vômito, diarreia eventualmente sanguinolenta e anorexia.
Nervosa: vocalização, cegueira, convulsões, contração rítmica persistente.
Cutânea: dermatite com pústulas abdominais, hiperqueratose nos coxins podais e focinho.

Prevenção
A prevenção da doença é feita através da vacina V8 ou V10, que pode imunizar o cão a partir dos 45 dias de idade, sendo três doses de intervalo de 21 a 30 dias.
Já o animal adulto precisa ter uma dose de reforço anual. “A vacinação é único jeito do animal não contrair a doença, mas, deve ser feita pelo médico veterinário, para garantir a qualidade do produto”.

Natália Idalgo de Queiroz, Médica Veterinária
CRMV-SP: 23967
Clínica e Assessoria Veterinária
Fone: (19) 3872 – 1334

Tratamento
A cinomose, como é uma doença grave e altamente contagiosa, apresenta altos índices de mortalidade, cerca de 50% a 90% não sobrevivem. “Quando pegamos um animal com a doença que está em fase inicial, tem uma chance maior de cura, mas, normalmente, os animais que chegam aqui já estão em fase de difícil tratamento”.
Segundo Natalia, os animais que conseguem ser curados ficam com algumas sequelas. “O cão tratado pode sobreviver, mas, pode ficar com algumas sequelas neurológicas”.
Assim, Natalia também explica que o vírus da cinomose é um vírus sintomático, por isso, são tratados os sintomas das doenças. “É como uma gripe humana, nós tratamos os nossos sintomas e não o vírus; a cinomose é a mesma coisa, tratamos os sintomas que o cachorro vem apresentando”.

Eutanásia
De acordo com Natalia, a eutanásia é recomendada no caso de animais com sinais neurológicos progressivos graves e incapacitantes.

Alerta
A veterinária Natalia deixa um alerta à população para sempre procurar a ajuda do médico veterinário. “Como a cinomose é uma doença com taxa de mortalidade muito alta, as pessoas devem ter mais consciência para vacinar o animal, pois é a melhor forma de prevenir contra a doença”, finaliza.