Os historiadores acreditam que a expressão “Pão e Circo” foi usada pela primeira vez durante a administração Caio Graco pelo poeta satírico Juvenal em sua Sátira. Nascido em uma família de aristocratas, suas obras, além de imbuídas de fortes valores morais, demonstram certa aversão para com a plebe romana.
Nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as autoridades acalmavam o povo com a construção de enormes arenas, nas quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo.
Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes “presentes” ao povo romano garantiam que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava consolidada.
E o que vemos ainda hoje é a mesma oferta de pão, nem tanto, e circo, muito. Desviar a atenção do que realmente importa é o objetivo. Coisas maiores e mais destruidoras estão acontecendo, e o povo comemorando o carnaval, o futebol, a fórmula um e por aí vai.
Caímos novamente no senso comum, pensar é trabalhoso, mais fácil seguir a correnteza. Estou cansada de ouvir bobagens de quem segue o fluxo, mas o pensamento crítico exige estudo e esforços, nem todos estão dispostos a isto. Seguimos, e que seja sem as máscaras, as de proteção e as de fingimento.
Roberta Abrahim
Bussamara, formada
Assistente Social pela
PUC- CAMPINAS
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