Roberta Abrahim
Bussamara, formada
Assistente Social pela
PUC-CAMPINAS
rabibus27@yahoo.com.br
Estar abaixo da linha da pobreza significa que a pessoa não tem o mínimo necessário, não tem acesso a alimentos. Um dos principais critérios utilizados na definição da linha de pobreza no Brasil estabelece que um indivíduo é considerado pobre se este possui renda domiciliar per capita igual ou inferior a meio salário mínimo. Já a linha de indigência é definida em ¼ de um salário mínimo por mês.
A sociedade civil, em geral, tem conhecimento que existem pessoas que não conseguem suprir o mínimo necessário para sobreviver. Mas, a realidade é muito pior que isso. Um documentário, realizado no sertão do Brasil, mostra a realidade cruel. Uma das famílias acompanhadas é um casal com menos de trinta anos e com onze filhos, a mulher não acredita em métodos anticoncepcionais.
O alimento diário das crianças é água com açúcar, que eles chamam de garapa. Não estão em programas sociais porque não possuem documentos. O pai dessas crianças disse que, aos vinte e oito anos, nunca teve três refeições por dia, no máximo, uma – quando almoça, não janta, e o alimento básico é feijão, pela praticidade de poder misturar qualquer coisa e tentar sobreviver, nas palavras dele ‘ir escapando’.
As casas são taipa, chão de terra, sem banheiro, sem energia elétrica, sem tanque ou pia, tudo é feito em baldes ou bacias, geralmente, com uma única torneira. Triste e cruel. A realidade é muito pior do que imaginamos.
