Edgard de Queiroz Filho mergulhou de cabeça em sua paixão por carros antigos em 2011
Cosmópolis tem se destacado quando o assunto é carros antigos. Encontros mensais de colecionadores acontecem na cidade. Edgard de Queiroz Filho, aos 64 anos, acumula muito conhecimento e amor pelos carros antigos. Com formação em Engenharia Mecânica e uma carreira aposentada, o cosmopolense mergulhou de cabeça em sua paixão por carros antigos a partir de 2011. “Nasci e cresci aqui. Estudei nas escolas Rodrigo e Gepan, me formei em engenharia em 1982 e trabalhei na Rhodia até 1987. Em 2008, me mudei para São Paulo, mas retornei a Cosmópolis em 2011, onde moro no condomínio Mont Blanc. Tenho um carinho enorme pela cidade, minha família também tem raízes aqui. Meus avós são de Cosmópolis, minha mãe foi Ivette Salla, que deu nome a uma escola e meus filhos também vieram para Cosmópolis. Um é proprietário do restaurante Nonno Vitorio e a outra é dentista”, conta.
Assim que retornou para Cosmópolis Edgar adquiriu seu primeiro exemplar de valor sentimental inestimável: um Gordini 1967.
Esse Gordini era mais do que um simples carro antigo para Edgard, se tornou uma máquina do tempo que o transportava de volta à década de 60. “Lembro das viagens anuais à praia que fazia com meu pai”, conta. O Gordini se tornou um aprendizado, passando por uma reforma meticulosa que não se limitava à mera aparência, mas também à busca por peças que o aproximasse o máximo possível do seu estado original.
Com o tempo, Edgard adquiriu experiência e passou a distinguir entre reforma e restauração. Enquanto a reforma se concentra na estética, a restauração envolve a desmontagem completa, parafuso por parafuso, sempre com o objetivo de preservar a autenticidade das peças e, por consequência, do carro como um todo.
À medida que Edgard expandia sua coleção de carros antigos, ele adotava cada vez mais o conceito de restauração. Atualmente, sua coleção inclui 21 veículos, abrangendo décadas de produção automobilística, desde um Ford Modelo A de 1929 até modelos mais recentes dos anos 90.
Entre seus carros destaca-se a rara picape Dodge Plymouth de 1951, da qual Edgard tem conhecimento de apenas duas unidades em circulação no Brasil. Embora a sua picape não seja completamente original, sua mecânica moderna e confiável a torna uma joia única em sua coleção. “Minha história de aquisição desse carro é um relato de coragem e determinação. Comprei por telefone em Matosinho, Minas Gerais, e o transportei para Cosmópolis em uma prancha de guincho. O desafio de restaurá-lo envolveu uma comunidade de entusiastas locais que colaboraram para trazê-lo de volta à vida, um esforço que lembro com gratidão”, explica.
Apesar de ter em sua coleção uma picape difícil de ser encontrada, Edgard ainda prefere carros que preservem sua originalidade. Para ele, a busca por cada detalhe, os contatos com outros entusiastas, as viagens, os passeios e as trocas de informações são essenciais para atingir a perfeição na restauração de seus carros antigos.
Além de colecionar carros antigos, Edgard também é um entusiasta prático. Suas viagens aos Estados Unidos e à Europa o permitiram adquirir conhecimento valioso sobre carros clássicos e o trabalho envolvido na restauração. Ele não apenas admira suas máquinas, mas também as entende a um nível íntimo, pois já soltou e apertou cada parafuso em diferentes níveis de restauração.
Edgard de Queiroz Filho se tornou um exemplo de paixão, dedicação e expertise no mundo dos carros antigos. Sua coleção mostra a importância de preservar o passado automobilístico e celebrar a beleza e o valor histórico dos veículos clássicos.
“Para mim, a jornada de restauração é uma experiência que vai muito além de simplesmente possuir um carro antigo; é uma forma de me conectar com o passado, com a comunidade de entusiastas e, acima de tudo, com a arte e a engenharia que tornam esses veículos verdadeiras obras-primas sobre rodas”, finaliza.