Com 46 anos de tradição, Supermercado Davinha passou de pai para filhos

Milton Davinha

Das 8 às 22 horas, servindo lanches e salgados – esse era o horário de funcionamento e a rotina do Bar Davinha, que ficava na Avenida Ester, há 46 anos.
A história deste pequeno comércio começou em 1971, quando Milton Davinha, junto com sua esposa Edith Aparecida Davinha, decidiram alugar um imóvel para montar o negócio da família que, hoje, passou de gerações. “Antes de construir o bar, eu era sócio do meu irmão, Cipriano Davinha, que também tinha outro comércio na cidade, que ficava na Rua Santa Gertrudes. Mas, depois de algum tempo, decidi vender minha parte e abrir meu próprio estabelecimento”, diz Milton, relembrando o passado.
Durante nove anos, o bar permaneceu no mesmo local, em frente ao antigo cinema de Cosmópolis. “Todos os dias, fazíamos salgadinhos para vender e, à tarde, vendíamos lanches de carne com queijo na chapa, peixes e frango frito. Todos apreciavam muito! Foi uma época muito boa para nós”, conta Edith, que ajudava seu marido.
Mas, por alguns problemas, o estabelecimento teve que alterar seu endereço, indo para a outra esquina do mesmo quarteirão. “Foi em 1981, quando compramos a outra esquina. Lá, o bar passou a ser Bar e Mercearia Davinha”.
Algumas reformas aqui, outras reformas ali, a mercearia foi crescendo até que ficou conhecida pelos cosmopolenses durante muitos anos como ‘Carrefour’, onde as vendas eram realizadas através de cadernetas. “Tudo o que precisavam, as pessoas encontravam na nossa mercearia. Nós vendíamos de tudo que se pode imaginar; tínhamos sapatão para os homens, enxadas, chinelos, comida, alpargata roda, kichute, brinquedos na época de Natal, linhas, agulhas, óleo para cabelos e muitas outras coisas que as pessoas não imaginavam que vendíamos. Nós éramos o ‘Carrefourzinho’ da cidade”, relembra Milton.
Nessa época, o casal não trabalhava sozinho no comércio. Antes mesmo de se tornarem bar e mercearia, o filho mais velho, Ocimar Antônio Davinha, já ajudava no comércio. “Conforme o passar dos anos, meus outros filhos, Nilton Cezar e Marco Aurélio, começaram também a auxiliar”, esclarece Edith.
Quando a mercearia aumentou, Milton não quis mais auxiliar na parte administrativa do comércio, passando, assim, o negócio para seus filhos, enquanto ele ficou responsável pelo bar. “O nosso comércio sempre foi da família, por isso, quis deixar para eles, até mesmo porque eles estavam conseguindo administrar bem. Mas, meu filho mais velho não quis seguir o ramo”, explica Milton.

Geração
Com a parte administrativa passada para os filhos, o estabelecimento foi aumentando, se tornando um minimercado. “Nós compramos uma casa que ficava ao fundo do prédio e aumentamos o tamanho da mercearia, passando, assim, de mercearia para minimercado, que ficou na Rua dos Expedicionários, e o bar ficou na Avenida Ester”, esclarece Nilton Cezar.
Com a mudança de geração, a caderneta, que antes era muito utilizada, foi ficando extinta junto com outros produtos que eram vendidos. “O mercado foi se modernizando, alguns produtos como, por exemplo, enxada, podão e prego deixaram de ser vendidos, além de arroz e feijão a granel, que foram substituídos por pacotes industrializados”, relembra Marco Aurélio.
O comércio funcionou no local durante 12 anos, com 10 funcionários, contando com caixas, açougueiros e repositores. “Conforme foram passando os anos, nossa clientela foi aumentando e o espaço foi se tornando pequeno para atender”, diz Nilton Cezar.
Em 2008, o minimercado se tornou um supermercado em outro endereço. “Alugamos o prédio na Rua Baronesa Geraldo de Rezende, onde funcionava outro supermercado, que fechou. Escolhemos este local, pois, era perto do nosso antigo comércio”.
Com uma equipe de aproximadamente 40 funcionários, hoje, com um espaço maior, teve a ampliação do açougue, do hortifruti e da padaria. “Lembro-me que, no minimercado, nós revendíamos os pães. Era algo totalmente diferente de hoje, pois, agora, nós temos um espaço para assar os pães”.
Depois de todos esses anos, de todas as reformas e evolução, aquele pequeno negócio da família, que começou em 1971, é, atualmente, um dos principais comércios e mais antigos do município.
E assim, os irmãos Nilton e Marco ressaltam finalizando sobre a importância de seus pais para a construção deste legado. “Agradecemos nossos pais por terem nos ensinado a trabalhar de modo honesto. Agora, dependemos de nossos esforços para seguir em frente!”, finalizam.