Com a crise, os seminovos se tornaram preferência para a compra de carros

A Fenabrave indicou um aumento de 7,83% na  procura por compra de veículos seminovos em todo Brasil

Diante de um período de crise econômica, muitos buscam diminuir os gastos, deixando de consumir. Esse foi o caso do mercado de veículos que estacionou nos últimos três anos. O setor, conhecido por grande expansão nas vendas de carros zero quilômetro, está passando por dificuldades. Os dados mostram que os motoristas têm optado por comprar veículos seminovos.

Os consumidores estão buscando por carros completos. (Foto: Gazeta / TV Jaguari)

Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) no Brasil, durante o primeiro bimestre deste ano, foram comercializados 2,03 milhões de unidades na soma de todos os segmentos (veículos, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros). Nos dois primeiros meses de 2016, o volume foi de 1,88 milhão de unidades. Conforme cálculo da entidade, a relação foi de 4,6 usados comercializados no País para cada novo no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano.
O que acontece é que os seminovos e veículos mais velhos entram no negócio na hora do consumidor comprar um novo. Dessa forma, caiu a captação dos usados nas lojas e aconteceu uma valorização dos preços na ponta. Os motoristas que estão em busca de um usado já perceberam a diferença no custo dos veículos.
O empresário do ramo de vendas de veículos, Antônio Affonso, afirma que o movimento de vendas é melhor de abril para frente. “O começo do ano é sempre mais devagar por conta do IPVA”, esclarece Affonso.
Outra diferença que pode-se notar, segundo Affonso, é no tipo de carro que procura-se. O empresário diz que o mercado tem exigido carros que já venham com direção hidráulica e ar condicionado, acessórios que antigamente eram considerados adicionais. Além disso, ele comenta que a procura por caminhonetes aumentou bastante.
Pensando nisso, Affonso busca trabalhar com carros de, no máximo, 10 anos e não ‘tão populares’, buscando por adquirir modelos mais completos para agradar os clientes. “Carros que passam de R$ 25 mil têm que ser completos”. Nessa faixa, segundo ele, “o carro é vendido com facilidade”.
A média de vendas na loja de Affonso, alguns anos atrás, era de 20 carros por mês. Já, hoje, a média passou a ser em torno de 10 carros por mês.
O empresário afirma que “em grandes cidades, vemos muitas promoções, mas, quando o mercado está bom, vende, mas quando não está, não há muita coisa que podemos fazer”.