Combustível de má qualidade prejudica injeção eletrônica

A injeção eletrônica veio para substituir o carburador de vez e oferecer inúmeras vantagens e benefícios, tanto para o carro, quanto para o motorista. O mecânico Adriel explica a diferença de funcionamento entre os dois. “No carburador, o sistema de admissão do combustível é feito mecanicamente, e a vácuo; o coletor de admissão suga o combustível e o ar junto, na mesma câmara. Já no sistema de injeção eletrônica, o gerenciamento da quantidade de combustível é feito por um software que está no módulo injeção, que, na verdade, é o cérebro deste módulo. Então, gerencia entrada de ar e entrada do combustível através dos bicos injetores que vão para a câmara de combustão, onde fica o pistão do motor”, informa.

Vantagens
“Maior flexibilidade na regulagem, consumo de combustível menor e, na maioria dos casos, melhora da potência e maior conforto na condução do veículo; a injeção também polui muito menos que o carburador, porque, no escapamento, existe um sensor chamado ‘sonda lâmbda’, responsável pela leitura dos gases que saem pelo escapamento, que também faz o gerenciamento da quantidade de combustível a ser injetada. Já o carburador não tem esse controle, e injeta uma quantidade padrão”.

Componentes
“Os principais componentes que fazem parte da injeção eletrônica são: módulo de direção, bomba de combustível, filtros, bico injetor, sonda lâmbda e corpo da borboleta”.

Adriel Nogueira de Azevedo, proprietário e mecânico. Azevedo’s Car - Auto Center Contato: 3872-4249 Endereço: Rua Gustavo E. Epprecht, 386, Real Center

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Azevedo’s Car – Auto Center
Contato: 3872-4249
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Injeção direta
“Esse é um outro tipo de injeção, que saiu nas linhas a diesel, aproximadamente desde 1930. Já nos carros à gasolina e álcool, esse sistema saiu no mercado brasileiro há cerca de quatro anos. A diferença entre a convencional e ela está no combustível, que é injetado diretamente na câmara de combustão, tendo uma maior queima e maior potência, e, com a maior precisão de injeção do combustível, há menor emissão de poluentes”.

Luz de injeção
“A luz de injeção acesa no painel pode indicar alguma avaria no sistema, causada por inúmeros fatores, combustível de má qualidade, falta de manutenção etc. O recomendado é levar o carro em um mecânico de confiança, que utilizará um scanner apropriado para fazer a leitura do sistema e diagnosticar o motivo de a luz ter acendido. A luz intermitente, ou ‘piscando’, é proveniente de falhas de combustível, na maior parte das vezes. Já a que fica acesa direto, é algum defeito de sensor”.

Outros sintomas: “’buraco’ na aceleração, que é quando você arranca com o veículo e ele dá uma falhada; perda de potência; e aumento no consumo de combustível, que, em alguns casos, pode consumir até 60% mais”.

Qualidade do combustível
“O primeiro componente que o combustível de má qualidade vai danificar é a bomba, que suga o combustível; posteriormente, serão danificados bico injetor, sonda e catalisador. Isso ocorre porque existem muitos produtos adicionados no meio do combustível: desde solventes, até soda, para aumentar a densidade. E causam um efeito dominó dentro da transmissão”.

Revisão
“Cada montadora indica um prazo diferente de revisão; nos carros populares, é recomendado verificar o sistema a cada 40 mil quilômetros, abrangendo bico, vela e cabo. Na parte de filtros, é recomendado verificar a cada 10 mil quilômetros; muito importante porque eles retêm as impurezas do combustível do momento em que sai da bomba até chegar ao bico injetor, que é o fim da linha. São três filtros que participam desse processo: da bomba (ou pré-filtro), de combustível e do bico injetor. Eles evitam que sujeiras entrem na parte interna do motor, que pode até mesmo entupir o bico”.

Dicas
“Assim que você for ligar a chave, na primeira partida, é importante esperar a luz de injeção apagar para que somente assim você dê a partida definitiva”.

Troca de combustível
“No caso dos veículos flex, para trocar de combustível, é importante esperar o combustível atual chegar na reserva para só então colocar o outro em, pelo menos, meio tanque. Logo em seguida, o motorista deve rodar com o carro de 15 a 20 km, para dar tempo de o software do módulo fazer a transferência do tipo de combustível. O que acontece muito é o cliente fazer essa troca, de álcool para gasolina ou vice-e-versa, e guardar o carro; na manhã seguinte, dificilmente o carro vai funcionar. É claro que pode misturar os combustíveis porque o carro é flex, mas não haverá ganho nem de consumo, nem de potência ao fazer isso”.