Como cuidar da saúde ocular das crianças em fase de formação

“Começar a preservar a boa saúde ocular de uma criança previne doenças futuras”

Na medicina, quanto mais precoce um diagnóstico, melhor. E o mesmo vale para os problemas oculares em crianças. O olho se desenvolve até os seis a sete anos de idade, por isso, é preciso detectar o quanto antes, para ter tempo de corrigir.
O Oftalmologista Juarez Tavares dos Santos fala sobre toda a trajetória ocular de uma criança desde seu primeiro mês de vida. Segundo ele, as “doenças” oculares mais comuns na fase infantil começam com “Ptose pálpebra, que simplesmente é a diminuição da fenda pálpebra, isto é: espaço entre as pálpebras diminuído, ficando menor. Nestes casos, quanto menor o espaço, maior prejuízo no desenvolvimento visual da criança. Nos casos mais severos, é indicada a cirurgia que objetiva aumentar o espaço entre as pálpebras para melhor entrada de luz no olho e melhor ganho visual.
Temos também o ‘Estrabismo’, que basicamente são 3 tipos: a) convergente – que é o tipo mais comum que encontramos na infância – onde os olhos viram para dentro. Alguns casos podem ser corrigidos somente com o uso de óculos, já outros, infelizmente, dependem de cirurgia; b) divergente – nestes casos, os olhos viram para fora. Podem ser corrigidos com o uso de óculos ou, também, cirurgia; c) vertical – nesse caso, um olho fica mais ‘alto’ que o outro. E também podem ser tratados com óculos ou cirurgia.
A próxima é a Epífora, a famosa doença de ‘lacrimejamento espontâneo’. Deve-se avaliar toda função do canal lacrimal para saber se há estenose (estreitamento) ou obstrução do canal. Nestes casos, podem ser feitas sondagem de canal ou cirurgia.
Tem também a Conjuntivite, que encontramos até na fase da adolescência ou até mesmo adulta. Nas crianças, encontramos duas formas mais comuns: Alérgica – por estar com a imunidade em formação, tem maior sensibilidade; Viral – essa é por transmissão, principalmente, no ambiente escolar.
Agora, os ‘erros refrativos’, entre eles estão: Miopia: dificuldade na visão de longe; Hipermetropia: dificuldade para longe e pior para perto; Astigmatismo: distorção visual.
E a última, mas não menos importante: Glaucoma congênito – É a malformação do globo ocular com aumento da pressão intraocular. Exige tratamento rápido para salvar a visão”, explica.

Juares Tavares dos Santos
Oftalmologista
CRN 79483
Atende na rua Presidente Getulio Vargas, 354, Centro

Consultas com oftalmologistas são importantes. Começar a preservar a boa saúde ocular de uma criança previne doenças futuras.“Já é rotina, desde o nascimento, fazer exame ocular, começando pelo teste do olhinho (teste do reflexo vermelho). Assim, podemos saber se não tem nada que impeça a entrada de luz no olho. Depois, uma nova avaliação será feita após dois anos e meio a três anos de idade da criança e também no início dos primeiros anos do ensino fundamental. Quando observada qualquer anormalidade durante todo este período, um especialista deve ser consultado”, afirma o médico Juarez.
Os conselhos tanto para prevenção quanto para melhor visão são: “os pais da criança devem levá-la para fazer todos os exames regulares. A criança deve contar com a observação dos pais e/ou cuidadores (qualquer sinal suspeita deve ser informado). Participação dos pediatras na indicação do especialista. Colaboração das escolas para exames preventivos, e orientação da criança para expressar suas dificuldades. Não descuide da saúde ocular do seu filho! Preste bastante atenção nos hábitos dele, para que seja possível identificar, o quanto antes, qualquer tipo de doença ocular. Observar as características de comportamento pode ser a chave para identificar problemas com a saúde ocular infantil. Como, por exemplo, uma criança que coça os olhos com frequência pode ter um problema de lubrificação e está mais sujeita a desenvolver uma doença ocular”, finaliza.