Há uma competição e inveja, não conseguem ouvir suas alegrias, sempre o dele é o melhor que o seu...
Relações tóxicas ou abusivas, ao contrário do que muito se imagina, não ocorrem apenas em relacionamentos amorosos, mas sim, em todo tipo de relações como, por exemplo, nas profissionais, sociais, familiares e de amizades.
O abuso diz respeito a infligir uma pessoa a uma humilhação, invalidação, constrangimento, ao pavor, desmoralização, entre outras coisas; é quando uma pessoa faz algum tipo de agressão à outra, seja de forma física ou psicológica.
Em uma amizade tóxica, a pessoa tóxica ou abusiva pode nutrir sentimentos de posse sobre a outra, como se esse “amigo” tivesse a obrigação de suprir as suas necessidades. Quer ser sempre o centro da atenção, não quer dividir essa amizade com terceiros. Chega a sufocar. Quem passa por isso sente-se preso e, muitas vezes, triste.
Se dentro dessa relação de amizade as coisas não ocorrem como imagina, a pessoa tóxica acaba por ter comportamentos abusivos como: se a pessoa vem lhe contar uma boa notícia, uma conquista, isto será invalidado colocando defeitos, ou que nem é grande coisa, que as conquistas dele são bem maiores, ou se mostra indiferente às suas falas. São exemplos de abuso psicológico. Será sempre (a)o dono(a) da razão e tenta manipular as situações na maioria das vezes.
Para melhor conseguir identificar uma amizade tóxica, basta pensar no que é uma amizade saudável, que é caracterizada pelo reconhecimento, apoio, afeto que é demonstrado entre as pessoas e também onde se compartilham ganhos e perdas, alegrias e tristezas. Há uma troca entre as pessoas amigas.
Pode ser que a pessoa abusiva nem tenha a intenção dos abusos. Mas percebe que está afastando as amizades com suas atitudes e busca ajuda psicológica para poder identificar seus comportamentos e assim conseguir agir de outra maneira.
Podem haver também pessoas com algum transtorno de personalidade e que sabem que são abusivas e manipuladoras e, nem por isso, querem mudar. Acreditam realmente que quem precisa de ajuda são sempre os outros. Que não há nada de errado com elas.
Ter há muitos anos uma pessoa que é considerada amiga não significa que é uma amizade de qualidade. Podem-se passar anos ao lado de pessoas tóxicas e não perceber. Sente-se, muitas vezes, um cansaço, esgotamento, “roubo de energia” quando perto dessa pessoa e uma falta de amor próprio, já que o abuso emocional/psicológico é caracterizado por uma sutil desvalorização da pessoa e de tudo o que ela faz. Sutil porque é disfarçado, parece que a pessoa só quer ajudar com suas palavras. Por isso que é muito difícil diferenciar atitudes abusivas das que são consideradas “normais” ou saudáveis.
São amigos que te colocam para baixo. São pessoas que falam muito da vida dos outros. A prioridade é sempre si mesmo, são egocêntricos, “o mundo gira em torno deles”. Percebe-se a falta de honestidade, ou seja, muitas mentiras são ditas.
Há uma competição e inveja, não conseguem ouvir suas alegrias, sempre o dela(e) é o melhor que o(a) seu(ua). Identifica-se também esse tipo de “amigo” quando se percebe ele(a) fazendo coisas que você falou que gostaria de fazer, como comprar aquele carro específico, fazer uma viagem para determinado lugar, pintar o cabelo de uma nova cor, comprar uma roupa ou um sapato que comentou. Criticam o jeito de ser, de pensar, de se vestir, de se relacionar. Nunca elogiam e tentam mudar o seu jeito de ser.
Se identificar estar passando por uma relação assim, o primeiro passo é deixar claro para a pessoa que esses são comportamentos abusivos e que não permitirá ser tratado dessa forma. Converse com ela(e), até mesmo para ajudá-lo(a) a enxergar o quanto pode estar prejudicando suas relações.
Não se culpe por se afastar dessas pessoas, pois permanecer em amizades tóxicas afeta a autoestima, desequilibra as emoções e sentimentos, leva a insegurança a ponto de duvidar de si e dos outros e causa estresse. Não é fácil esse afastamento e, muitas vezes, a pessoa que sofre os abusos também precisa buscar ajuda pós uma relação dessas, para poder reconstruir, muitas vezes, o psicológico/emocional que foi destruído.
Maristela T. Lopes Ramos
Psicóloga
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