Pais narcisistas podem prejudicar muito o desenvolvimento normal de seus filhos. Embora não exista pais ideais, é bem verdade que alguns conseguem se sair bem melhor na tarefa de criar e educar sua prole.
“Muitos filhos não são nada daquilo que seus pais desejam. Muitas vezes, são bem diferentes do que foi sonhado ou desejado, ou até mesmo nada foi sonhado nem desejado, apenas “aconteceu”. Não planejam ter filhos, mas, por falta de cuidados contraceptivos, acabam ‘virando’ pais mesmo sem querer”, explica o psicólogo Natal Marsari Neto.
“Muito se fala, hoje em dia, da falta de limite e autoridade nas famílias brasileiras. Mas, como será que chegamos a esse ponto? Será que a culpa é toda dos filhos?
Precisamos olhar para o fato de muitos filhos não respeitarem seus pais, nem se darem bem em seus casamentos, e também não conseguirem se desenvolver como bons cidadãos de modo mais amplo, ou seja, creio que esse momento de total falta de limites, de autoridade, e de respeito entre as pessoas tenha a ver com o fato de muitos pais não saberem o mínimo necessário quando o assunto é educação afetiva”, esclarece.
Natal explica que “filhos que não recebem o mínimo necessário para um desenvolvimento mental, emocional, e também espiritual, irão apresentar todo tipo de sequela em suas vidas de adulto”. Ele ainda completa que “não podemos ignorar ou brincar com o fato de que nos lares nos quais prevalecem a hostilidade, a competição, a disputa, a rivalidade, cedo ou tarde, produz frutos oriundos desse ambiente tóxico.
A saúde mental se ocupa da compreensão das relações de poder familiar, onde cada membro é uma peça num jogo contínuo e incessante de disputa pelo poder e pelo reconhecimento. Infelizmente, a natureza humana carrega em si muita coisa indesejável, e aos que não são capazes de se autodominar e vencer a si próprios só resta a competição eterna com seu próximo”, esclarece.
Natal Marsari Psicólogo CRP: 06/61754
Não é de admirar que nossa sociedade tenha se transformado no caos que se transformou. Violência, imoralidade, corrupção e muita pobreza. Tais são os sintomas de pessoas enfermas tanto psíquica quanto espiritualmente. Sem famílias não teremos sociedade, mas sem amor nas famílias também não teremos famílias que prestem de verdade.
“Qual o caminho para sairmos do fundo do poço? Primeiro se faz necessário o reconhecimento dessa condição desumana, para só depois dar os primeiros passos rumo a níveis superiores de existência. Enquanto a maioria preferir viver em suas bolhas de faz de conta, nada mudará”, conclui.
