Cerimônias de casamento costumam ser ocasiões belas, agradáveis e felizes. Quando um casal se coloca diante do altar, dá as mãos, olha nos olhos um do outro e profere os votos matrimoniais. Os dois se sentem cheios de alegria. Eles creem que seu amor seja tão especial, e seu vínculo, tão forte, que permanecerão unidos “na saúde e na doença”, “na riqueza e na pobreza”, “até que a morte os separe”.
A realidade é que a maioria dos casais acaba em um destes três caminhos: prosperam, vivem em conflito ou se separam. Nos Estados Unidos, e em muitos países do mundo, cerca de metade dos primeiros casamentos termina em divórcio.¹ No Brasil, o divórcio ocorre em um de cada três casamentos.² O que acontece com a disposição de permanecerem juntos “até que a morte nos separe”? As pessoas que fizeram esses votos não o estavam levando a sério? Ou existiria uma falta de compreensão verdadeira sobre o real significado de suas palavras?
Depois de muitos casais terem ouvido sobre o alto índice de fracasso dos casamentos, alguns diminuem seu compromisso conjugal, fazendo ajustes às expressões encontradas no voto tradicional. Atualmente, alguns dizem “até que a morte do amor nos separe”, em vez de “até que a morte nos separe”. Parece que há casais diminuindo as expectativas, para o caso de não conseguirem viver à altura de um nível tão grande de comprometimento.
”Infelizmente, as pessoas sofreram uma lavagem cerebral que as faz acreditar que, quando os sentimentos românticos se dissolvem, elas deixam de amar.”
De fato, a instituição do casamento parece estar em crise no mundo inteiro. Todos conhecem algum casal que passou pelo divórcio. Nos países em que esse dispositivo não existe por lei, vários casais levam vidas separadas enquanto habitam o mesmo lar, vivendo em aflição profunda. Sem dúvida, a maioria de nós já sofreu a dor de relacionamentos desgastados ou testemunhou esse sofrimento de perto.
Diante de fatos tão desanimadores, como um casal pode permanecer casado e feliz a vida inteira? Na sociedade atual, é possível construir um casamento que dure “até que a morte os separe”? É possível prevenir as crises e a separação? Sim, os casais podem permanecer casados e felizes, minimizar as crises e se manter longe das estatísticas de divórcio.
A maioria de nós ouviu falar sobre se apaixonar ou já passou por essa experiência. Pelo menos, é assim que a sociedade chama aquele misto de sentimentos empolgantes, o frio na barriga que experimentamos quando nos sentimos fortemente atraídos. Mas, isso não é amor de verdade; é apenas a resposta natural do corpo à química cerebral, um fenômeno físico que ocorre quando conhecemos alguém que para nós é atraente. Preferimos chamar essa sensação de “gostar”.
Outra verdade é que essa reação empolgante não continua para sempre com a mesma pessoa, a menos que façamos uma escolha consciente de nos manter conectados a ela de maneira positiva e diária. A força poderosa que nos une no início se desgasta à medida que paramos de fazer todas as coisas maravilhosas que fazíamos no começo do relacionamento, e passamos a administrar as preocupações da vida cotidiana. Infelizmente, as pessoas sofreram uma lavagem cerebral que as faz acreditar que, quando os sentimentos românticos se dissolvem, elas deixam de amar.
O sentimento de apaixonar-se é belo, mas os relacionamentos são dinâmicos e estão sempre mudando. Portanto, não importa quanto a paixão pareça profunda, ela tem por base apenas uma emoção. Esse é um nível muito superficial de comprometimento, que acabará se esgotando. No entanto, com muito esforço, tempo, compromisso e vontade de continuar, é possível conservar ou até reacender a chama de um amor que pode ser pleno e estável ao longo da vida.
Construir um casamento de sucesso é como edificar uma casa. São necessários planejamento e trabalho dedicado. Apresentamos, a seguir, cinco passos essenciais para a construção de um relacionamento forte e saudável.
1. EDIFIQUE SEU CASAMENTO COM BASE NO AMOR VERDADEIRO
O amor verdadeiro requer a compreensão das necessidades do outro. Por isso, cada um deve estar disposto a praticar a negação do eu para o bem do relacionamento. Além disso, ele demanda muita energia e sacrifício, como já vimos, mas nos mantém determinados a criar o melhor casamento possível.
2. ACEITE AS FALHAS E IMPERFEIÇÕES DO OUTRO
No casamento, precisamos aprender a valorizar um ao outro e aceitar que não somos perfeitos. Estamos falando sobre ter um relacionamento repleto de graça. A graça é algo que você dá a alguém sem essa pessoa merecer. Assim, você distribui bondade, paciência, gentileza e muito mais, como um princípio de vida. Por quê? Porque, em muitos momentos, seu cônjuge precisará fazer o mesmo por você.
O mais extraordinário acerca da graça é que não se pode merecê-la nem comprá-la. Por ser aquele que dá a graça, você tem a oportunidade de oferecer amor e aceitação como presentes para seu cônjuge. No casamento, a graça cria uma atmosfera que vai além da culpa e da vergonha, preparando o caminho para o crescimento e a renovação do compromisso conjugal.
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Esse é um artigo do livro
Esperança para a Família
”O CAMINHO PARA UM FINAL FELIZ”
Igreja Adventista do 7º Dia