Como saber se seu gato está com alguma doença urinária?

A presença de sangue na urina é frequente nessas doenças

“Caso apresente algum desses sintomas, leve-o logo ao veterinário”

Natalia Idalgo de Queiroz Médica Veterinária CRMV – SP 23.967

Os gatos também sofrem com doenças urinárias. A veterinária Natalia Idalgo de Queiroz dá dicas sobre o assunto.
“Alguns comportamentos podem mudar, como, por exemplo, ele pode fazer xixi no lugar errado para chamar sua atenção para algum incômodo ou dor. Ele também pode ir à caixa de areia com uma frequência maior e soltar apenas uma quantidade pequena de urina, que normalmente sai em forma de gotejamento, e não em jato, ou até mesmo não conseguir urinar. A presença de sangue na urina também é frequente nessas doenças. Podem ocorrer ainda outros sintomas, como falta de apetite, vômitos, prostração, dor no abdômen, vocalização ou evidência de dor enquanto urina e lambedura excessiva do órgão genital.
Caso seu gato apresente algum desses sintomas, leve-o logo ao veterinário. Normalmente, os sintomas só são notados quando o caso já está avançado, portanto, não se deve perder tempo, pois, alguns casos podem evoluir para obstrução total, levando a depressão, coma e até mesmo à morte.
Diferentes doenças urinárias são incluídas em um grupo que chamamos de doenças do trato urinário inferior dos felinos (DTUIFs). São elas: a cistite, as urolitíases (cálculos), alterações anatômicas, infecções bacterianas e neoplasias do trato urinário inferior. São doenças que acometem a vesícula urinária (bexiga) e uretra dos gatos.
Uma das principais causas é a dieta, já que, na natureza, os gatos têm o hábito alimentar de um carnívoro estrito, consumindo alimentos com um teor médio de umidade de 70%, o que diminui muito sua necessidade e vontade de beber água. Já a ração seca oferecida aos gatos domésticos tem um teor de umidade de apenas 8%, e muitas vezes eles não bebem água suficiente para compensar essa diferença, o que sobrecarrega seu sistema urinário.
Os gatos machos são mais acometidos que as fêmeas, e a obesidade é um fator predisponente importante. A baixa frequência de micção seja por dificuldade de acesso ou sujeira na caixa de areia, ou até mesmo por sedentarismo, também são fatores importantes. A castração não causa a doença.
Portanto, como forma de prevenção, algumas medidas devem ser tomadas, como: fornecer alimentação úmida, como os patês ou sachês, e não só a ração seca, que, aliás, deve ser sempre de boa qualidade (com controle de ph e níveis reduzidos de magnésio); fornecer água sempre limpa e fresca; manter a caixa de areia sempre limpa e em local de fácil acesso, tranquilo e em quantidade suficiente para o número de gatos da casa (o ideal é o número de gatos + 1 extra); estimular atividade física por meio do enriquecimento ambiental para evitar o sedentarismo e aobesidade; prestar atenção aos hábitos de micção do seu gato e reduzir o estresse do gato, proporcionando a ele um ambiente tranquilo, já que o estresse também é um fator predisponente das DTUIFs”.