Uma das doenças mais comuns no período do verão é a infecção urinária. Isso se dá, principalmente, pelo maior contato com ambientes como praias e piscinas.
O ginecologista Claudio Marcio Dantas explica que a infecção acontece no aparelho urinário em qualquer nível, sendo mais comum a cistite, que atinge a bexiga, a uretrite, ou canal da uretra, e a pielonefrite, que atinge o rim.
Além disso, o médido Claudio afirma que o problema acomete com maior frequência a camada feminina da população, girando em torno de 80% das mulheres. “Devido a fatores anatômicos, como proximidade maior do canal uretral da vagina, região perianal e por ter um canal uretral mais curto, a mulher possui maior vulnerabilidade de penetração das bactérias. Outras causas são os fatores hormonais que são mais evidentes em situações como gravidez e na menopausa, onde a deficiência hormonal atrofia os tecidos urogenitais. Isso facilita as infecções”, afirma o ginecologista. A doença também pode acometer homens, porém, de forma esporádica.
Causas
As causas mais comuns são as relações sexuais e a presença de bactérias intestinais, que, por via ascendente, através da pele da região perineal e vulvo-vaginal, atingem o canal urinário e penetram na bexiga, conseguindo se fixar e multiplicar, causando, então, o quadro infeccioso que é chamado cistite.
Sintomas
Os principais sintomas são a dor e ardor ao urinar, aumento da frequência das micções, levantar à noite para urinar mais que o habitual, hematuria (sangue na urina), alteração do aspecto da urina que fica turva, e dor na região inferior do abdômen (hipogástrio).
“Se houver evolução para infecção renal (pielonefrite), os sintomas são febre, dor na lombar ao lado do rim acometido, náuseas, vômitos, cefaleia (dor de cabeça), mal estar geral, que se não for devidamente e prontamente tratado pode evoluir para quadros que envolvem risco de vida para o paciente”, alerta o ginecologista Claudio.
Como evitar
Algumas medidas simples podem reduzir a incidência das infecções urinárias, como aumentar a ingestão de líquidos. “Com isso, aumentamos o número de micções, diminuindo a chance de multiplicação bacteriana na bexiga. Alerto para uma higiene rigorosa após a micção e evacuações, substituindo o papel higiênico por banho para lavar a região do ânus, o que promove uma higiene local melhor”, aconselha.
Diagnóstico e tratamento
“O diagnóstico é feito pelas queixas da paciente, pelo exame de urina tipo 1 ou pela urocultura com antibiograma, que confirma o diagnóstico, mostrando o agente causador e qual o antibiótico correto a usar”.
Já o tratamento é realizado com antibióticos, podendo ser em dose única, com três dias (curta duração) ou de sete a dez dias (longa duração). Já para a pielonefrite, o tratamento é sempre de longa duração e, em alguns casos, a internação se faz necessária para administrar antibióticos endovenosos.