É fato que locais arborizados costumam ser além de muito importantes para o meio ambiente, eles proporcionam, também, um paisagismo natural e de bem estar para quem desfruta da sombra e do ar mais limpo.
Na cidade de Cosmópolis, um dos locais que mais chamam a atenção pela atrativa beleza natural das árvores é a escola Rodrigo Octávio Langaard Menezes. Por lá, os alunos podem desfrutar da sombra das frondosas árvores para lanchar e passar o horário do intervalo em um local muito propício.
O professor Fernando José Bertazzo, hoje com 77 anos de idade, relembra até o dia em que plantou, junto dos alunos, as árvores que hoje são motivo de orgulho cosmopolense e que ele nem imaginava que faria tanta história.
“Eu me lembro até o dia que plantei aquelas árvores, eu, junto dos alunos da escola Rodrigo, que na época era chamada de Grupo Escolar. Foi no dia 21 de setembro de 1974. E por que me lembro disso? Eu vim para Cosmópolis como diretor escolar da escola Rodrigo, removido da cidade de Santo Antônio de Posse, e comecei a trabalhar aqui no dia primeiro de fevereiro de 1974. Naquela época, era obrigatório fazer projetos de plantio de árvores nessa data por ser comemorado o Dia da Árvore.
Por que Seringueiras?
“Era moda, na época, plantar seringueiras, mas, ninguém imaginava que iriam ficar daquele tamanho, foram as primeiras seringueiras plantadas no estado de São Paulo. Inclusive, tínhamos que buscar as mudas na cidade de Mogi Mirim. E existe um detalhe, naquela época, era obrigatório ainda plantar, fazer relatório do que plantava, como plantava, onde plantava… Acredito que esses documentos devem constar nos arquivos da escola. Lembro ainda que o local era espaçoso, como se um fosse um pasto…”
Quantidade
“Se não me engano, nós plantamos, aproximadamente, oito árvores, mas, algumas foram cortadas em virtude da construção e de fazer a quadra de esportes da escola, pois não tinha onde fazer.
E não foram apenas essas. As árvores que também são antigas e que estão à frente da escola, na Praça Presidente Kennedy (Praça do Rodrigo) também fomos nós quem plantamos. A escola reuniu os alunos e cada um fazia a sua parte. Os professores falavam sobre o benefício das árvores e o que elas representavam para a sociedade. Os alunos ajudavam nesse aspecto, inclusive, funcionários da época também estiveram presentes. Uma das pessoas que me ajudou muito em minha gestão, como diretor da escola Rodrigo, foi o Milton Frungillo, funcionário da escola e que, hoje, teve o nome dado à EMEP (Escola Municipal de Ensino Profisionalizante) do município”.
Proteção
“Essas árvores, se pesquisar, estão cadastradas no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA (órgão federal responsável pelo meio ambiente) e, por esse motivo, até para podar é necessário ter autorização. Ainda existiram alguns moradores que acharam que as árvores estavam ‘perturbando’, mas, quando tentaram mexer, alguém denunciou e o IBAMA chegou. Foi nesta época que soube que elas estavam cadastradas no órgão e que orgulhosamente fazem parte da história do município”.
Orgulho
“Realmente, dá muito orgulho passar por ali e ver isso, tamanhas árvores frondosas e lindas. Ninguém esperava que iriam ficar daquele tamanho, inclusive, depois de uns 20 ou 30 anos, eu era Secretário de Educação do município e, na ocasião, começou a dar problemas nos encanamentos dos banheiros da escola e os mesmos estavam estourando. Quando fomos abrir, descobrimos que era a raiz da árvore que saiu, inclusive, do outro lado da rua. Alguns falaram de cortar e eu disse que ninguém iria cortar, ninguém iria mexer naquelas árvores. Foi quando construiu-se uma barreira de concreto para não deixar as raízes passarem. Elas acabam saindo por baixo ou por cima; dá para perceber e ver que têm muitas raízes saindo por cima, exatamente por isso, porque existe essa barreira de concreto impedindo”.