Conheça a história dos pontos turísticos de Cosmópolis

Gruta do Carrapicho, Ponte de Ferro e Cachoeira do Saltinho são alguns dos pontos importantes da cidade

Ao longo das décadas, Cosmópolis foi se ampliando. A cidade nasceu de um núcleo de colonização criado com terras doadas pelo Estado com o objetivo de atrair imigrantes dispostos a colonizar, trabalhar na terra doada e viver do que era plantado. Em meados de 1900, o Núcleo Colonial Campos Salles tem aumento significativo no número de famílias alemãs. Nesse período, a Escola Alemã foi criada por iniciativa desses colonos alemães e também dos suíços que permaneceram no Núcleo para atender aos seus moradores e tinha como objetivo principal a preservação da língua alemã, para que a mesma não caísse em desuso. Na década de 50, através dos trilhos da estrada de ferro da Funilense, que passou a ser a Sorocabana, Cosmópolis via o desenvolvimento chegar. A cidade servia de oficina à Sorocabana, e lá se consertavam e revisavam as locomotivas e até fabricavam vagões de madeira. Com o passar do tempo, a cidade cresceu e se desenvolveu; com ela, alguns pontos turísticos cosmopolenses foram aparecendo.

Gruta do Carrapicho
O local fica em terras pertencentes à Usina Ester, em uma APA (Área de Preservação Ambiental, criada através da lei Nº 2214, DE 26 de abril de 1996). A mata que a cerca, a abundância de nascentes, a trilha com águas límpidas que levam até a gruta compõem uma paisagem única.
A trilha que leva até a gruta é de uma beleza exuberante, com árvores centenárias, muita fauna e flora compondo um ambiente que proporciona uma grande sensação de paz, de contato total com a natureza. Uma parte dessa trilha é molhada, ou seja, é percorrida dentro de uma nascente que leva diretamente ao destino, com água até a cintura.
Uma visita turística à Gruta do Carrapicho garante vivências únicas, o visitante pode admirar desde paisagens compostas pela estrada de ferro desativada, onde fica a Ponte Funda assim como uma cachoeira ao lado da gruta. Os praticantes de trekking, de hiking e ciclistas são frequentes no lugar, em que praticam escaladas leves, caminhadas no meio da mata e avistam paisagens de tirar o fôlego!
Atualmente, a Gruta recebe visitantes de toda região, em sua maioria ciclistas, que descobriram o lugar e ficam encantados. São frequentes turistas de Americana, Limeira, Paulínia, Jaguariúna e até de Piracicaba.

Ponte de Ferro
A estrada de ferro se desenvolveu onde antes eram trechos percorridos por bandeirantes, tropeiros e viajantes. Os trens foram essenciais para o desenvolvimento não só da metrópole como de uma série de cidades, como Paulínia, Cosmópolis, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal.
Em Cosmópolis, foi construída a ponte de ferro, que passa por cima do Rio Jaguari. Foi fundamentada com tecnologia britânica e fazia parte do percurso da ferrovia. A estrutura de ferro sustentou por anos os trens, que trouxeram tanto desenvolvimento para a nossa região.
Depois da desativação, a ponte de ferro foi adaptada para a passagem de automóveis. Nos dias de hoje, após ter passado por algumas reformas, é bastante utilizada pela Usina Ester, pelos moradores da região, por veículos que buscam uma alterativa de ligação entre Paulínia e Cosmópolis.
Com aproximadamente 6 metros de altura e 48 metros de comprimento, a imponente estrutura em treliça jaz 8 metros acima do rio e garante uma belíssima paisagem, refletida nas águas do rio.
Amantes da natureza, ciclistas e também praticantes de trekking são visitantes frequentes da Ponte de Ferro, que hoje traz a ligação entre o nosso passado e o presente.
Surgindo através da mata ciliar, transmite grande sensação de contato com a natureza. O cenário se completa com o som suave das águas passando, formando a correnteza entre as pedras do rio.

Cachoeira do Saltinho
Quando a família Nogueira comprou a fazenda Funil, que deu origem a Cosmópolis, os trabalhadores rurais da Usina Ester residiam em casas construídas no interior das fazendas da usina. Essas casas receberam o nome de “colônias”.
Com o avanço das grandes propriedades e a consequente diminuição dos espaços para pequenas produções, os camponeses foram expropriados e expulsos do local.
Uma das colônias mais conhecidas é a do Saltinho. O nome provém da Cachoeira do Saltinho, local de grande beleza, percurso do Rio Pirapitingui. O lugar era utilizado pelos colonos para lavar roupas, pescar e também como lazer.
O Saltinho, há muito tempo, foi ponto de apoio de viajantes, tropeiros, bandeirantes, mercadores e até ponto de parada predileto do Barão e da Baronesa Geraldo de Rezende, enquanto viajavam entre as fazendas da família, na região de Limeira, Piracicaba e Santa Genebra (Campinas).
Nos dias de hoje, a cachoeira do Saltinho é visitada por banhistas e por amantes da pesca.

Poção Do Rio Jaguari
É local de grande importância histórica, a fazenda que deu origem ao nosso município recebeu o nome de Fazenda Funil porque o rio Jaguari, nesse local, possui corredeiras que desembocam num poço, que se estreitando, lembra um funil que chega ao Poção.
Paulo Nogueira Neto foi, além de um dos proprietários da Usina Ester, por amar tanto a natureza, quem desenvolveu o projeto que reflorestou a mata ciliar do Rio Jaguari, que até então estava improdutiva e desmatada. Chegando às margens do rio, a visão das águas límpidas correndo entre as rochas enormes compõe uma linda paisagem. A essa altura, as águas do rio Jaguari ainda estão limpas e puras e o local recebe muitos visitantes para apreciar a paisagem, que possui grande beleza natural. Porém, atenção, não é aconselhável banho. O leito do rio é muito acidentado e possui muitos poços e muitas pessoas já morreram afogadas ali.

Areeiro
Com acesso difícil, apenas sendo possível chegar a pé ou de bicicleta, o Areeiro está presente na mata nativa. A mistura de cores entre o solo arenoso, a mata ao redor e uma vista de toda a região enriquecem os olhos de quem visita o lugar.
De longe se vê a Pedra Branca, uma das partes mais altas da localidade, que influenciou em um dos diversos nomes que possui; além de ser chamada de Pedra Branca, também é conhecida como Areeiro e Grutinha da Parda.
O nome de Grutinha se deve à semelhança com a Gruta do Carrapicho no passado, por conta da coloração e das encostas, lembrando uma gruta. Esse apelido foi dado pelos moradores da Colônia Carandina, que era edificada nesta região.
Porém, as pedras e a areia foram consideradas de boa qualidade e muito do que tinha no local foi utilizado principalmente para a construção civil, causando erosão e destruição das encostas que davam esse ar de gruta.
O Areeiro fica na região da Gruta do Carrapicho e da Ponte Funda, bem no limite do nosso município com Limeira. Porém, diferente da Gruta, alí não são encontradas nascentes de água. O solo é arenoso, calcário e a água da chuva não é absorvida por ele, sendo praticamente impossível criar represas e nascentes.

Represa – Usina Ester
Cosmópolis possui em sua natureza grande riqueza natural. A cidade é cortada por três rios, o Pirapitingui, o Jaguari e o Três Barras e possui ao seu redor abundante recurso hídrico.
A represa passou a ser, principalmente entre as décadas de 1960 e 1980, um local de lazer tanto para os trabalhadores da Usina quanto para os cosmopolenses e moradores das cidades da região.
No final dos anos 50, foi criada a prainha, era um projeto do prefeito José Garcia Rodrigues, em parceria com a Usina Ester. A concepção era do “Circuito das Águas Cosmopolenses”, um complexo de lazer onde os potenciais turísticos de Cosmópolis seriam aproveitados.
Era composto pelo Paredão, Mirante do Major e Pedrarias, Ponte de Ferro, as cachoeiras do Poção e Saltinho, a Prainha e Gruta Carrapicho. Nas rádios e nos impressos da época, era citado como um verdadeiro “clube ambiental popular”.
Surgiram, então, os trampolins, que foram construídos pelos próprios trabalhadores da usina, utilizando os antigos trilhos das linhas férreas que cruzavam a Fazenda Funil como base para os tablados de madeira maciça, de onde os nadadores tomavam impulso para pular nas águas da represa.
Após vários acidentes envolvendo mortes, afogamentos e traumatismos cranianos, causados pela inconstância dos níveis de água, os trampolins foram desativados por iniciativa da Usina.
Atualmente, não é mais permitido construir ranchos, porém, os que lá estão podem permanecer. Os pescadores de hoje aprenderam com os seus pais a frequentar os ranchos e veem o local como o seu principal lazer. Lá costumam pescar piranhas, traíras, lambaris e até curimbas.
A represa também atrai centenas de pessoas com o Paredão, especialmente durante o verão, quando banhistas de várias cidades buscam o local para se refrescar aos fins de semana.
O paredão é um represamento do Rio Pirapitingui, que possui aproximadamente 30 metros de comprimento e 10 metros de altura. É também um local pertencente à Usina Ester.

Caixinhas – Usina Ester
A Usina Ester buscou, desde o início, ser produtiva e moderna. Uma das provas dessa fama foi a aquisição de oito trenzinhos que rodavam por toda sua propriedade.
Esses trenzinhos, chamados de carreadores entre os fornecedores de cana da Usina, foram encomendados e comprados na Inglaterra e eram utilizados para transportar a cana-de-açúcar entre as colônias dentro da fazenda.
Os carreadores eram movidos a vapor, então foram construídas caixas d’água em pontos estratégicos para abastecê-los e continuar o transporte da cana colhida.
A principal caixinha ficava no pátio da propriedade, onde era estabelecida a fábrica. Essa era a principal, pois os trenzinhos eram abastecidos diariamente após os dias de trabalho, já sendo preparados para o dia seguinte.
Outra caixinha ficava em uma propriedade entre a Colônia Carandina e onde é hoje o Bairro Nosso Teto. Existia um córrego na propriedade que a abastecia, de maneira automática, através de uma bomba.
Com a desativação dos trens, as caixinhas caíram em desuso, foram abandonadas e apenas uma permanece inteira até hoje, que foi revitalizada. Algumas pessoas limparam o mato do local, outras fizeram uma bela reforma.
Também foi realizado um projeto da Prefeitura em parceria com a Usina Ester com o plantio de 500 mudas de árvores de diversas espécies nos arredores da nascente da caixinha, o que garantiu a proteção dos mananciais.
Atualmente, não se sabe quem faz a manutenção, mas visitando a área, fica claro que a caixinha está recebendo cuidados.
A caixinha fica perto da região da antiga Colônia do Carrapicho, perto do antigo estábulo, na região do Bairro Guatemozim. De lá é possível ver a cidade de Americana.
Nos dias de hoje, ela é utilizada pelos motociclistas, também pelos ciclistas, que visitam a região e veem nessa caixinha um ponto de apoio para se refrescar, beber água, se lavar e seguir o caminho.
Muitas pessoas que caminham e passeiam pela região também utilizam o local que é abastecido de águas cristalinas, provindas de uma fonte natural. Existem também pessoas que visitam para nadar.