Conheça alguns fatores que podem levar à gravidez psicológica

Grande parte das mulheres que se unem em matrimônio com um companheiro passa a idealizar a futura família, ou o passo seguinte: ter filhos. Não somente elas, mas toda família de ambas as partes ficam ansiosas por esse momento e mudança na vida do casal.

Porém, outra parcela de mulheres não tem vontade alguma de ter filhos, e sente até mesmo repulsa à gestação – natural, já que cada mulher tem o livre arbítrio de escolher ter filhos ou não. Contudo, essas são as que mais sofrem com a pressão da família, que acredita veementemente que uma pessoa e um casamento só pode ser plenamente feliz se gerar uma criança.

O que acontece como consequência desses fatores é uma síndrome rara, mas que acomete algumas mulheres: a gravidez psicológica. Segundo a Psicóloga Renata Pinheiro, a pseudociese ou pseudogestação, nomes dados à síndrome, envolve fatores biológicos e psicológicos. “É uma síndrome muito rara, na qual a mulher não está grávida, porém, acredita fielmente que está esperando um bebê. Essa síndrome também acomete animais de estimação, sendo mais comum de acontecer do que em seres humanos. Esse é um distúrbio psicológico, que não tem nada haver com simulação, pois a paciente realmente acredita que está grávida”, informa.

Conforme a especialista explica, esse transtorno é caracterizado pelos sintomas típicos da gravidez, como enjoos matinais, ausência de menstruação, aumento no abdômen e seio, produção de leite, aumento de peso, movimentos fetais e, inclusive, sintomas de trabalho de parto – ou seja, é como se fosse mesmo uma gravidez, que pode acometer mulheres de qualquer cultura, classe social, religião, estado civil.

“Alguns fatores facilitadores dessa síndrome seriam a baixa autoestima, solidão, depressão, abuso sexual na infância, grande estresse emocional, abortos espontâneos, estar na menopausa e ainda querer filhos, grande desejo em ter filhos, ou um medo exacerbado de tê-los, pressão da família para uma possível gravidez, desejo de resgatar o casamento, ideia de infertilidade, desconhecimento do próprio corpo,

Renata Pinheiro Estevam, Psicóloga Clínica Crp: 06/131833 Contato: (19) 98292 2022

Renata Pinheiro Estevam, Psicóloga Clínica
Crp: 06/131833
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entre outros”, indica a profissional.
A Psicóloga afirma que os sintomas costumam durar algumas semanas; entretanto, podem persistir por meses, ou anos, dependendo de cada mulher. “O diagnóstico pode ser feito através do exame de sangue, que avalia o nível do hormônio HCG, que dará o resultado negativo e ultrassonografia. O tratamento é medicamentoso, no controle dos hormônios, e psicológico. Em alguns casos, quando a mulher entra em “trabalho de parto” e percebe que, de alguma forma, não possui o bebê, ela pode vivenciar o luto e deixar de apresentar os sintomas”, observa ela. “Mesmo assim, esse não deixa de ser um evento traumático na vida dessa mulher e família, e se faz necessária a elaboração psicológica dessa mulher”, acrescenta.

Os médicos, familiares e amigos precisam ter bastante cautela, pois tal situação gera um grande sofrimento para a mulher, suposto pai e familiares, porque, por algum momento, vivenciaram a possibilidade da gestação, principalmente, quando a mulher ainda acredita nessa distorcida realidade. “O trabalho terapêutico é de suma importância para auxiliar no encontro com essa realidade e entender o porquê da recusa da mesma, acolher o sofrimento, ansiedades, angústias, expectativas, a fim de minimizar esse evento traumático de um filho idealizado”, finaliza Renata.