O diagnóstico costuma ocorrer após os 20 anos, mas os sintomas podem surgir com a primeira menstruação
Dr. Claudio Dantas
Ginecologista
Para definirmos endometriose, vamos primeiro explicar sobre o endométrio, que é a camada interna do útero responsável pelo sangramento menstrual que ocorre durante o período reprodutivo da mulher . O crescimento desse tecido em outros locais, fora da cavidade uterina, como nos ovários, trompas, intestino e outros locais menos comuns, caracteriza a endometriose.
O endométrio, localizado fora de seu local normal, também vai apresentar descamação mensal (como a menstruação) e consequente quadro de inflamação e dor que caracteriza a doença.
O diagnóstico costuma ocorrer após os 20 anos, mas, os sintomas podem surgir com a primeira menstruação, ou um pouco antes. Os mais comuns são as cólicas de forte intensidade, que podem surgir 2 semanas antes da menstruação, atrapalhando a rotina da mulher. Muitas vezes, acompanhada de náuseas ou vômitos, aumento do fluxo menstrual, dor nas relações sexuais, quadro de infertilidade e, quando acomete outros locais, podem ocorrer sangramentos intestinal e urinário, sempre durante o período menstrual.
O diagnóstico é baseado no quadro clínico da paciente, exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal com preparo para endometriose, tomografia, ressonância magnética, avaliação hormonal e videolaparoscopia com biópsia, que é o padrão ouro no diagnóstico, não só confirmando, mas também mostrando a extensão do problema e o grau em que se encontra a doença, como também nos permite, em algumas situações, o tratamento cirúrgico da mesma.
Quando vamos falar de tratamento, devemos lembrar que a endometriose é uma doença crônica que acompanha a paciente durante toda a vida reprodutiva e tem melhora com a menopausa, quando cessa a menstruação. O tratamento tem como objetivo o alívio dos sintomas, permitindo que a paciente tenha uma vida normal, com alívio das dores e melhora da fertilidade para aquelas que desejam engravidar. Pode ser realizado com hormônios, que levam a suspensão da menstruação e alívio das dores, podendo ser associados aos anti-inflamatórios. O tratamento cirúrgico, nos casos mais severos, deve ser considerado após criteriosa avaliação com seu ginecologista.
O mais importante é sempre procurar seu ginecologista de confiança que vai fazer o diagnóstico e orientar o melhor tratamento para o seu caso. E lembrar que quanto mais precoce esse diagnóstico é realizado, menor o sofrimento e melhor o resultado no alivio dos sintomas.
