Conheça mais sobre a técnica de microagulhamento

É indicada para melhora de poros dilatados, cicatrizes de acne, melasma e outros

Natalia Galhardo
Biomédica
FisioArte – Fisioterapia & Estética
Fone: 3872-7879

O microagulhamento é uma técnica que foi desenvolvida para tratamento de várias disfunções estéticas, uma delas é a cicatriz de acne, muito conhecida em jovens e adultos. O equipamento consiste em um rolo recoberto por agulhas de aço inoxidável. Alguns autores propõem classificação como, injúria leve, comprimento de agulha de 0,25 e 0,5 mm (entrega de drogas; rugas finas; melhora de brilho e textura), injúria moderada agulhas de 1,0 e 1,5 mm (flacidez cutânea; rugas médias; rejuvenescimento) e injúria profunda agulhas de 2,0 e 2,5 mm (cicatrizes deprimidas distensíveis; estrias; cicatrizes onduladas e retráteis), (LIMA, et al, 2013).
É uma técnica dolorida, porém, usam-se anestésicos para que o paciente suporte a dor até o final do tratamento. Consiste em uma técnica onde perfura-se o estrato córneo, sem danificar a epiderme. Este processo permite a liberação de fatores de crescimento, que irão provocar a produção de colágeno e elastina na derme papilar (LIMA; SOUZA; GRIGNOLI, 2013).
O uso deste aparelho estético foca para que seja estimulada a produção de colágeno e elastina, por meio da perfuração cutânea, gerando um processo inflamatório. Após este processo, ocorre o aumento da proliferação celular, em específico o aumento dos fibroblastos, tornando, assim, capazes as proteínas de colágeno e elastina de reestruturar o tecido lesionado (DODDABALLAPUR, 2009).
-Mecanismo de Ação
O mecanismo de ação consiste em fases: injúria, cicatrização e maturação (LIMA, LIMA, TAKANO, 2013).
A primeira fase inicia-se com a injúria, onde ocorre liberação de plaquetas e neutrófilos responsáveis pela liberação de fatores de crescimento com ação sobre os queratinócitos e os fibroblastos como os fatores de crescimento de transformação α e β (TGF- α e TGF-β), o fator de crescimento derivado das plaquetas, a proteína III ativadora do tecido conjuntivo e o fator de crescimento do tecido conjuntivo (SANTANA; et al, 2016).
Na segunda etapa, de cicatrização, acontece a proliferação celular, isto é, a troca de neutrófilos por monócitos, sucedendo-se a angiogênese, epitelização e a proliferação de fibroblastos, seguido a produção de colágeno tipo III, glicosaminoglicanos, proteoglicanos e elastina. Ao mesmo tempo, o TGF-β e TGF- α (fatores de crescimento dos fibroblastos) são liberados pelos monócitos. Cinco dias após a primeira fase (injúria), a matriz de fibronectinas está completa possibilitando o depósito de colágeno abaixo da camada basal da epiderme (FERNANDES, 2006).
Na terceira e última fase, a de maturação, ocorre uma lenta troca do colágeno III para o colágeno I, que é mais durador, podendo assim manter-se de cinco a sete anos. Portanto, assim, o tecido é regenerado, melhorando a aparência do tecido (VIEDES, MOREIRA, 2017).
-Indicação e Contraindicação
Esta técnica é indicada para melhora de: poros dilatados, cicatrizes de acne, rejuvenescimento facial, melasma, redução de ritidez, melhora do aspecto de estrias. É contraindicada no caso de cicatrizes de queloides, distúrbios hemorrágicos, doenças vasculares, câncer de pele, diabetes, uso de anticoagulante, pele queimada de sol, alergia a metal, verrugas, gravidez, uso de Roacutan inferior a 6 meses, herpes ativos e infecções cutâneas (LIMA, LIMA, TAKANO, 2013).
Após o microagulhamento, deve-se tomar alguns cuidados pós. A pele pode ou não apresentar descamação, crostas superficiais, vermelhidão, ardor e um leve inchaço, além de sensibilidade ao frio, calor e sol, o uso de água termal para acalmar. Evite aplicar água quente no rosto nas primeiras 24 horas e não mexa no local. É importantíssimo evitar a exposição solar nos primeiros 45 dias e sempre usar filtro solar adequado a pele, em geral com fator de proteção solar maior do que 30, para evitar formação de manchas. Além disso, se aparecerem crostas na pele, é importante não as retirá-las (KALIL, et al, 2015).