Conheça o Opala E cosmopolense que já desfilou no autódromo de Interlagos

Ter um seis cilindros já foi o sonho de muita gente no passado. Hoje, quem tem não abre mão. No Brasil, um modelo consagrado desde 1968 até os dias atuais é o Chevrolet Opala e, em Cosmópolis, não é diferente.

A cidade tem seu próprio clube somente de Opala, Opala Clube, que expõe diversos modelos nas ruas. São muitos os modelos, desde standards até diplomatas, e nenhum deles passa despercebido nas ruas.

Um exemplo é o Opala E, 1973, integralmente original, placa preta, do professor José Antonio Cerqueira, o ‘Lebrinha’, 44. Ele conta que seu sonho sempre foi ter um Opala, mas, esse objetivo não foi fácil alcançar. “Eu fui o primeiro da família a ter um”, conta o colecionador.

Cartaz de lançamento do Opala E, aprovado pela GM

O amor por carros antigos, principalmente, o Opala, começou na infância. Lebrinha já teve um Simca Charbord 1964, Fusca 1963 e o último, antes do Opala, um Corcel, que foi trocado pelo Opala atual. Todos os carros eram de Cosmópolis.

Lebrinha conta que o Opala E chegou na concessionária do Kiosia e logo foi adquirido por um sitiante, seguido de outro dono. Após isso, para comprá-lo, já se formava fila. “Quando eu fui tentar comprá-lo, já estava em sexto lugar na fila; não consegui comprar, o ‘Zé’ Furlan que levou”.

Mas, quando Furlan viu o Corcel do professor, aceitou fazer a troca. “Ter um carro desse, para mim, é um prazer, uma paixão, só quem tem e sente o carro sabe como é”, diz Lebrinha.

Dificuldades

O colecionador explica que o mais difícil em colecionar carros antigos é o dinheiro, pois, tanto a manutenção, quanto a restauração têm altos valores. Além disso, é necessário bastante cuidado com a manutenção.

Parte da família

O carro pode ser um meio de transporte, mas, para Lebrinha e sua família, o Opala E não é somente isso, mas sim, um membro da família. “Mesmo que eu quisesse, minha esposa não deixaria eu vender esse carro. Ele vai ficar de herança para minha filha”.

Reconhecimento

Em 2008, no aniversário de 40 anos de fabricação do Opala, a Rede Globo veio até Cosmópolis em busca do Opala de Lebrinha para realizar gravações para o programa especial do Auto-Esporte, celebrando o aniversário do esportivo. “É um Opala raro de ver no Estado de São Paulo”, lembra o colecionador.

Eu sinto que é uma oportunidade que Deus deu, não é para qualquer um. No primeiro momento que o pessoal da Globo me ligou, achei que era trote. Mas, depois de muita insistência, me convenceram que era real e eles iam filmar meu carro”, lembra Lebrinha.

Mais tarde, em 2017, Lebrinha foi convidado para desfilar pelo autódromo de Interlagos na abertura da Old Stock Race 2017. Nesse dia, foram 45 opalas, sendo que três deles eram de Cosmópolis. “Dirigir em Interlagos foi uma sensação incrível, dei uma volta inteira na pista a 80 km p/h, passei pelos pits stops e tudo mais, sendo que eu nunca vi uma corrida no autódromo”.

A diferença

José Antônio Cerqueira ‘Lebrinha’
Professor
Colecionador

O Chevrolett Opala E é diferente, considerado raro, pois, apesar de ser produzido pela Chevrolett, tem modificações da empresa Envemo, que fez adaptações para deixar o carro ainda mais esportivo.

Ele sofreu alterações na grade frontal, o volante passou a ser SS esportivo, o motor 4100 laranja, bancos reclináveis, lanterna sequencial e uma barra de ferro centralizada no porta malas usada para dar maior estabilidade nas curvas.

Essas alterações foram aprovadas pela General Motors do Brasil, fazendo com que essa série se tornasse especial.