O dia 26 de maio, na penúltima quinta-feira, foi dedicado ao Combate Nacional ao Glaucoma. A doença é considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O problema atinge cerca de 65 milhões de pessoas no planeta e é o motivo de 4,5 milhões de casos de perda total de visão, de acordo com a Associação Mundial do Glaucoma.
Segundo o Oftalmologista Dr. Juarez Tavares, o Glaucoma é uma doença crônica que pode levar à perda da visão. “Ela também pode ser considerada uma neuropatia crônica progressiva, assintomática, que pode levar à perda da visão porque altera o nervo óptico. O Glaucoma é a segunda maior causa de cegueira do mundo e é irreversível”, aponta ele.
Existem dois tipos de Glaucoma: o primário de ângulo aberto e o de ângulo fechado. “Nesses dois tipos é levado em consideração o espaço entre a íris e a córnea dos olhos, chamada de ângulo irido-corneano, por onde o líquido humor aquoso deve drenar”, explica o especialista. Este líquido é responsável por nutrir a córnea e o cristalino, além de regular a pressão interna do olho.
As causas da doença podem ser muitas, conforme cita o Oftalmologista: “Congênita, onde há uma má formação anatômica do olho; traumática; doença sistêmica, como diabetes; medicação, como uso de corticóide; hereditário; síndromes; e vasculopatias retinianas”, informa.
A doença também pode ser hereditária, ou seja, genética. “Na questão da hereditariedade, é vista uma maior propensão ao desenvolvimento da doença em pessoas com descendência negra. Além disso, o uso abusivo de colírios com vasoconstritores pode levar ao Glaucoma, assim como infecções intraoculares e complicações intraoperatórias”, afirma o profissional.
O problema é que a doença costuma não apresentar sintomas em seus primeiros estágios. “Geralmente, o Glaucoma é assintomático; porém, quando está em níveis mais avançados, pode apresentar dor ocular, sensação de peso no fundo dos olhos, vermelhidão, diminuição da acuidade visual periférica, entre outros”, alerta Dr. Juarez.
Como o Glaucoma não tem cura, exige um tratamento contínuo para controle de seu desenvolvimento. “A doença é tratada basicamente com colírios e, na maioria dos casos, controla muito bem; mas, tudo depende da adesão do paciente ao tratamento”, adverte o especialista. Agora, quando não se tem bons resultados com colírios, podem ser usados alguns tipos de procedimentos cirúrgicos específicos para cada caso.
O Oftalmologista alerta que, desde que diagnosticado com Glaucoma, é necessário que o paciente tenha muita conscientização do problema para tratá-lo corretamente, a fim de conservar e manter a qualidade visual. “Afinal de contas, o paciente sempre será portador da doença, e precisará aprender a conviver da melhor forma possível com o Glaucoma”, finaliza ele.