Contato excessivo com mídias sociais pode prejudicar casamento, diz psicóloga

O casamento da vida contemporânea vem enfrentando desafios geracionais, que se relacionam à evolução tecnológica e ao uso desenfreado das redes sociais.
A psicóloga Renatta Pinnheiro explica que é a demanda cultural que oferece, em vias de comunicação, a alusão a uma vida perfeita, famosa e o clichê: “família Doriana”, além da própria visão de homem, mundo e valores. Portanto, a geração atual, condicionada à satisfação imediata e a resultados em curto prazo, possui dificuldades significativas no manejo de tal demanda. “Uma relação conjugal como qualquer outra é um investimento construído dia a dia, aspirando um diálogo aberto e honesto, com trocas significativas, respeito às singularidades de ambos na relação e enquanto núcleo familiar; um processo e compromisso que necessita ser vivenciado por ambos”, afirma.
“O casamento enquanto instituição existe desde os primórdios da existência humana, sendo seus ritos diferentes de acordo com a cultura e religião dos noivos e ou família. Quando duas pessoas escolhem compartilharem uma vida juntas, espera-se que essa decisão seja pautada por afinidades, que compactuem com os mesmos ideais e filosofia de vida, interesses em comum, sentimentos de admiração, carinho, respeito e amor. Contudo, a vida a dois não é fácil, nunca foi e tão pouco será. A convivência conjugal, demandas sociais, culturais e familiares representam um desafio contínuo”, comenta a psicóloga.
Ao decidir pela separação, compreende-se que o casal descartou todas as possibilidades de prosseguirem; e um dos motivos para tal seria a infidelidade. “Ao abordarmos tal temática, compreendemos que traição não se refere apenas ao caráter físico, mas também ao caráter emocional e psicológico como: mentiras e meias verdades que permeiam e assombram por muitas vezes a relação. A traição física evidencia que conflitos e questões permeavam o par, passível que os acompanharam há algum tempo”, explica.
A interpretação de traição é muito singular e particular de cada casal, desde a mentira a traição propriamente referida ao ato sexual, com isso, cabendo aos mesmos a decisão por continuar ou não a relação.

Renata Pinheiro Estevam, Psicóloga Clínica
Crp: 06/131833
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“Vale observar que é um momento de maior vulnerabilidade, carecendo percorrer um processo de ressignificação, encontro consigo e com a relação, cabendo ressaltar a importância de se permitir viver esse luto do casamento idealizado e da própria traição, e que é um movimento difícil e doloroso”.
A psicóloga recomenda a terapia de casal e ou individual, pois facilitará e promoverá encontros fidedignos com os sentimentos; bem como no acompanhamento e intervenção de possíveis patologias desencadeadas por estas, tais como: ansiedade, depressão, síndrome do pânico entre outras.
“Não existe receita ou manual de instrução para um casamento perfeito, ou livre de qualquer traição (seja de caráter físico ou não). Mas asseguro que o investimento interno de autoconhecimento, se respeitando, sabendo até onde se pode ir ou não na relação é o que dará suporte para a construção diária de uma relação sólida e saudável”, conclui.