A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo e, segundo o Padre (Pe.) Ricardo Aguiar de Araujo, da Igreja São Benedito, o dia é marcado por grandes celebrações e representa um dos mais importantes dias para a Igreja. “Não digo que este dia é de adoração, mas, sim, no sentido de partilha, criando uma devoção maior. É a celebração da Eucaristia com seu sentido de patilha também”.
Para o Pe. Ricardo, este dia tem um significado maior, principalmente, nos dias atuais. “Estamos vivendo momentos difíceis nos dias de hoje, na nossa cidade, no país e no mundo. Então, creio que este dia traz um olhar mais social, pois, novos olhares de solidariedade podem mudar o mundo”, esclarece.
A celebração do dia teve origem no século treze, na Itália, quando um dos monges de São Basílio, que duvidava da presença de Cristo na Eucaristia, espantou-se quando a hóstia consagrada se transformou em carne e o vinho, também consagrado, transformou-se em sangue.
No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de Santo Antônio e seguiu até a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Brasília. A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, seguida de uma procissão.
Para o Pe. Ricardo, a procissão, que é uma caminhada da comunidade católica, é um momento de mostrar sua fé. “A procissão é uma adoração a Jesus, com objetivo de manifestar publicamente a fé na Eucaristia, tendo Jesus Cristo como companheiro de nossa caminhada”.
Tapete
Há cinco anos, o Padre Ricardo trouxe para a Igreja São Benedito a volta dos tapetes, uma tradição católica, que são confeccionados durante a celebração do dia de Corpus Christi, tendo como representações os símbolos católicos, ou seja, cenas bíblicas, objetos devocionais ou faces de Jesus.
Os tradicionais tapetes são confeccionados com serragem e materiais, como pó de café usado, areia, flores e farinha, que enfeitam as ruas das cidades. No caso da Igreja São Benedito, o caminho decorado será no quarteirão de toda a Paróquia, no Beto Spana.
Segundo Padre Ricardo, este trabalho é produzido pela comunidade e todos que querem ajudar a enfeitar, inclusive comunidades de outras religiões também participam. “É uma sensação muito gostosa, é um momento informal, é um momento de conhecer as pessoas, conversar, compartilhar a vida e essa celebração ajuda a trazer isso. Esse trabalho já começa um mês antes, quando começam a arrecadar o pó de café usado”, afirma.
A vontade de produzir a confecção dos tapetes todos os anos acontece por conta da emoção e da fé, explica o padre. “Eu acredito que, quando as pessoas caminham nas laterais, enquanto o padre carrega o Santíssimo, gera muita emoção, pois acham o momento bonito e celebram o que produziram. E me sinto grato por isso, pois eles ficam das 20 horas da noite do dia anterior até duas ou três horas da manhã e depois às 8 horas já estão na missa”.
Para finalizar, Padre Ricardo acrescenta que, para ele, toda a missa, a procissão e a confecção do tapete têm um significado muito forte para toda a comunidade. “Tudo isso me mostra uma solidariedade, um sentimento de partilha, de ajuda e é isso mesmo que significa. A fé não está morta, a fé das pessoas está viva e vai de todas as idades e isso, para mim, é muito gratificante”.
Programação
Igreja São Benedito
15/06 – Missa às 8 horas e em seguida procissão com tapetes
Padre Ricardo Aguiar de Araujo
Igreja Matriz Santa Gertrudes
15/06 – Missa às 9 horas e em seguida procissão
Padre Vitor Tomé Minuti
Igreja Nossa Senhora Aparecida
15/06 – Missa às 8 horas
Padre Antônio Ramil