Cosmopolense enfrentou depressão e descobriu sua paixão por ensinar

Em comemoração ao Dia do Professor, Nayara compartilha como sua nova profissão a curou e inspirou seus alunos a transformarem suas vidas

Após enfrentar uma série de desafios na vida pessoal e profissional, Nayara encontrou uma maneira inesperada de superar a depressão: ensinando culinária. Com a loja fechada e a saúde mental fragilizada, ela aceitou, com receio, o convite para dar aulas de confeitaria, mas logo descobriu que aquilo a ajudaria a redescobrir seu propósito de vida.

“Eu enfrento depressão, e foi dando aula, ensinando a outras pessoas uma nova profissão, que reencontrei alegria nos meus dias. Queria mostrar o lado de um professor de curso profissionalizante, onde eu encontrei alegria em exercer minha profissão após fechar a loja e entender meu propósito”, conta Nayara.

Sua trajetória começou bem antes de se tornar professora. Formada em Pedagogia em 2007, Nayara nunca se identificou com a ideia tradicional de lecionar. “Cursei Pedagogia, mas nunca me encaixei na ideia de dar aula”, explica. Decidida a seguir um caminho alternativo, começou a vender doces nas ruas de Cosmópolis, dando início à história de sua confeitaria, que viria a se tornar seu orgulho.

Foi em 2015, durante um projeto social na APAE, que Nayara teve seu primeiro contato com a profissão. “Em 2015, tive minha primeira experiência como ‘professora’, dando aula de bolos no projeto ‘Mão na Massa’. Neguei por muito tempo o quanto aquilo me realizava”, conta.

Durante a pandemia, em 2020, Nayara decidiu levar sua confeitaria para o ambiente digital, sendo a primeira da cidade a ingressar no iFood. No entanto, o desgaste emocional e a pressão do empreendedorismo começaram a pesar. “O trabalho de um empreendedor é exaustivo, uma dedicação constante, o que leva muitos a enfrentar depressão, ansiedade e chegar ao ‘burnout’. Em 2023, após três anos com loja física, enfrentei de perto essas crises”, explica a confeiteira.

Com o fechamento da loja, Nayara encontrou alívio, mas também um grande vazio. “Foi então que ela recebeu um convite inesperado para dar aulas de confeitaria em uma escola profissionalizante. “Ouvi a proposta com desdém no primeiro momento, afinal, quem tanto fugiu de uma sala de aula não aceita isso de cara”, confidencia.
Hoje, Nayara é professora de confeitaria, atendendo alunos em aulas presenciais, online e em projetos sociais. Ela acredita que seus alunos foram essenciais em sua cura. “Me sinto completamente realizada profissionalmente quando os alunos vêm me contar que deu certo, que venderam tudo, que conquistaram algo. Isso, de certa maneira, me trouxe e traz alegria e força para não desistir do tratamento”, conta.

Nayara faz questão de relembrar professores que a inspiraram: “Lembro com muito carinho de alguns professores que fizeram a diferença na minha vida, em especial a professora Edna e Maria Cristina. Quando estou me arrumando para dar aula, sempre me lembro delas e entendo o amor que tinham pela sala de aula”, acrescenta a professora.
Às vésperas do Dia do Professor, Nayara reflete sobre a importância da profissão. “Meus alunos me curaram. Minha profissão é minha terapia, e sou mais feliz no meu ateliê”, conclui.

Nayara também faz questão de destacar o papel da família em sua jornada. “Minha família foi a base de tudo. Sem o apoio deles, não teria conseguido superar tantas dificuldades. Sou muito grata por ter esse alicerce que me dá forças todos os dias”, finaliza.