Veterinário ministra oficinas e palestras sobre o assunto nas escolas
As abelhas são importantes polinizadores. Segundo a FAO, cerca de 85% das plantas com flores presentes nas matas e florestas da natureza e 70% das culturas agrícolas dependem da polinização das abelhas. Em Cosmópolis, o médico veterinário Heitor Calvi Nallin inovou ao criar um projeto em que incentiva a polinização das abelhas.
Com o nome Be Happy, consiste em um projeto de educação ambiental que usa como ferramenta didática as abelhas nativas sem ferrão, abelhas indígenas. “A meliponicultura, como é chamada a criação de abelhas indígenas sem ferrão, possui um potencial muito grande de crescimento. Pode-se dizer que é uma ramificação da Apicultura, prática que cria abelhas com ferrão. As abelhas Europa e Africanaforam trazidas ao Brasil para fins econômicos, tendo em vista que elas conseguem produzir muito mais mel do que as abelhas brasileiras”, explica Heitor.
O veterinário explica que a ideia principal do projeto é levar para as pessoas uma proximidade com a espécie. “Para muitos, quando fala-se em abelhas, já vem um preconceito de cara, pensa-se em ferrão, alergia, hospital e muitas outras coisas, e no melhor dos cenários, acabam lembrando-se do mel, mas esquecem da importância delas para a preservação da da flora e da fauna”, conta.
O veterinário conta que o Brasil possui mais de trezentas espécies de abelhas nativas e sem ferrão e, mesmo assim, as mais lembradas são as que que possuem ferrão e vieram de fora do país. “Meu interesse surgiu na época da faculdade, tivemos aula sobre controle de qualidade do mel. De início, não foi tanto, mas um dia fui na casa do Glaucio Madsen e ele criava algumas espécies de abelhas sem ferrão. Meu interesse aumentou um pouco mais”.
Mas, para Heitor, a oportunidade maior foi quando ele recebeu uma bolsa de pesquisa na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para estudar a fundo as abelhas sem ferrão. “Me joguei de cabeça nesta oportunidade e, com isso, meu interesse e amor por esse universo foi ficando cada vez maior. A partir daí, tive a ideia de criar o projeto de ministrar palestras e oficinas sobre as abelhas sem ferrão nas escolas. A aceitação e o interesse dos alunos têm sido muito positivos”, conclui.