O cosmopolense William Malagon Franco, de 29 anos, passou em três unversidades públicas e nos conta o que fez para conquistar este mérito.
Em quais universidades você passou?
“Passei em três faculdades, sendo duas federais e uma estadual. Passei na Federal do Rio Grande do Sul, em 15º lugar, em Zootecnia; na Federal do Paraná, em 12º lugar, em Engenharia Florestal; e na UNESP de Rio Claro, em 7º lugar, em Ciências Biológicas. Escolhi a Universidade de Curitiba”.
O que te motivou a escolher a faculdade de Curitiba?
“Em primeiro lugar, o curso que eu queria. Pelo estado de São Paulo, eu não via muita referência, mas, quando comecei a pesquisar sobre as principais faculdades que eu queria, foi a de Curitiba que me chamou mais a atenção, porque ela é a Federal mais antiga do país e tem muitas referências, como o Sérgio Moro. Além disso, tem muitos campos voltados para esse curso nos estados do sul”.
Você se identifica com esse curso?
“Eu sempre me identifiquei com Biologia, desde o ensino fundamental, tanto que eu me formei em Técnico em Biologia. Só que eu percebi através da grade curricular, que 80% dela são voltados para Biologia, por mais que seja para área da Botânica, e os outros 20% são relacionados com a Engenharia mesmo, porém, voltados para projeção de área, legislação florestal e essas coisas. Foram esses motivos que me fizeram identificar com esse curso”.
Você teve alguma dificuldade?
“Eu mais senti dificuldade de me aprofundar nas matérias que não sou muito bom, como física e matemática. Mas, eu não estava conseguindo me aprofundar tanto nessas matérias. Foi aí que pensei em me aprofundar nas que eu já domino, que são geografia, química e biologia, e foi muito bom, porque eu relembrei de coisas que tinha esquecido e também aprendi muito. Eu tentei assistir vídeo aulas pelo YouTube, mas não senti que ajudou muito. É meio difícil você comparar uma aula com um professor e uma aula sozinho, porque não tenho como perguntar, não tenho a resposta para a dúvida. Então, esse foi o principal desafio nas disciplinas que eu não dominava”.
Você fez algum curso?
“Não, eu estudei por conta própria por mais ou menos um ano e meio. Como eu sempre trabalhei, só tinha tempo para estudar depois do serviço ou durante o horário do almoço. Às vezes, eu nem almoçava para estudar”.
Você fez algum curso técnico?
“Formei-me em 2007, no GEPAN, e assim que terminei o ensino médio, prestei UNICAMP. Passei no curso de Controle Ambiental e fiz até o 4º ano, que foi quando eu tranquei a matrícula, porque eu trabalhava e o horário não batia. Depois, eu fiz dois técnicos: o de Química e o de Biologia. Foi aí que eu pensei “chega de técnico, agora quero ter uma graduação””.
O que mais te ajudou?
“Eu tenho dois livros do ensino médio de cada matéria, que eu peguei de doações”.
O que você sente com essa oportunidade?
“Satisfação, porque quando comecei a me preparar para os vestibulares, minha meta era passar em um. Eu sei como é difícil passar em uma faculdade pública, seja estadual ou federal. Sempre tem aquela lista de pessoas que estudaram a vida inteira para passar. Então, eu achava que era algo inatingível. Quando eu passei nas três, foi gratificante demais. Senti orgulho de saber que eu consegui sozinho”.
Qual dica você daria para quem quer passar em uma universidade pública também?
“Tenha o seu próprio ritmo. Vá com a sua própria autoconfiança de que vai conseguir, porque você consegue. Não se importe por ter gente fazendo cursinho e você não. Se você achar que uma faculdade não é suficiente, presta cinco, presta dez que você passa”.