Antes de diagnosticar o tumor, Suzana passou por outros médicos, chegando a tomar remédio para labirintite
A cosmopolense Suzana F. Godoi Gomes foi diagnosticada, após muitas dores de cabeça seguidas de tontura, com um tumor no ouvido. Após o diagnóstico, Suzana passou por um procedimento considerado raro, no qual foi removido o tumor e, ao mesmo tempo, foi realizado um implante coclear.
O otorrinolaringologista Dr. João Paulo Valente, que atendeu a paciente, conta que “há cerca de 1 ano, ela apresentou um quadro chamado surdez súbita. Rapidamente, ela perdeu toda audição à direita, além de ter apresentado bastante tonturas”.
Na investigação da causa, foi encontrado um tumor dentro da orelha, área responsável pela audição e equilíbrio periférico.
Mas, até o diagnóstico, Suzana teve que passar por diversos médicos e exames. Ela conta que tomou até mesmo remédio para labirintite, porém, não surtiu nenhum efeito.
Dr. Valente conta que “quando ela chegou até mim, as queixas eram de perda auditiva à direita, dificuldade para localização dos sons e zumbido severo à direita”.
No exame de audiometria, constou severa perda auditiva à direita, foi tentado o teste com o aparelho auditivo convencional, porém, devido ao grau da perda auditiva, não houve benefício.
Após os exames, foi proposto um procedimento que, segundo Dr. Valente, é considerado raro. Ele consiste na cirurgia de remoção do tumor associada ao implante coclear.
O implante coclear, basicamente, é uma prótese auditiva parcialmente implantável. Dr. Valente explica que parte dela (unidade interna) é colocada através de uma cirurgia, em que eletrodos são introduzidos dentro da cóclea para estimulação direta do nervo auditivo. Após a cirurgia é então adaptada a unidade externa, cerca de 30 dias após a cirurgia, que funciona de maneira semelhante a um aparelho auditivo, capta e processa os sons externos e os envia para a unidade interna por radiofrequência.
A principal indicação do implante coclear é para pacientes com perda auditiva bilateral neurossenssorial severa ou profunda, que não se adaptam aos aparelhos auditivos convencionais.
Mais recentemente, o implante tem sido indicado para pacientes com perda auditiva severa/profunda unilateral, especialmente naqueles casos onde o paciente tem zumbido. Com a cirurgia, frequentemente, o paciente apresenta importante melhora deste sintoma, que foi o caso Suzana.
Hoje, Suzana conta que está em processo de readaptação. Mesmo tendo perdido a audição direita, a melhora foi considerável, visto que ela já não escuta mais o zumbido constante. Ela conta que a adaptação é rápida.