Com algumas limitações, ele construiu uma carreira sólida e encontrou sua verdadeira paixão no mercado gamer
Rubem, de 36 anos, casado e pai de dois filhos, nasceu com má formação nos membros superiores, sem o braço esquerdo e com o direito menor e apenas dois dedos. Apesar dessas limitações, ele construiu uma carreira sólida e encontrou sua verdadeira paixão no mercado geek/gamer, onde trabalha há mais de dez anos com importação e venda de bonecos colecionáveis.
Rubem não permitiu que nada o impedisse de alcançar seus sonhos. Ele se formou em Gestão de Recursos Humanos, fez pós-graduação em Estratégias Empresariais e obteve a certificação CPA-20 da ANBIMA, o que lhe possibilitou trabalhar como bancário nos últimos dois anos. “Trabalhei em grandes empresas como auxiliar administrativo e em um grande banco como gerente de contas, porém, o que eu sempre gostei de trabalhar foi com o mercado geek/gamer”, diz Rubem.
Há uma década, ele mergulhou no mundo dos bonecos colecionáveis, importando diretamente do Japão e vendendo pela internet e em eventos de animes em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Sua paixão por videogames começou quando garoto. “Comecei a jogar videogame com os pés aos 7 anos de idade, com um ‘Nintendinho’. Posteriormente, um Mega Drive e outros consoles”, explica Rubem.
Atualmente, Rubem joga mais no computador, desfrutando de jogos online e emuladores como Counter-Strike, Dead by Daylight, Monster Hunter, além de emuladores de fliperama e Nintendo Switch. “A falta de equipamentos de fácil adaptação é uma das grandes dificuldades, porém, sempre consegui dar um jeito, inclusive toco bateria e amo um Heavy Metal/Hard Rock anos 80”.
Sobre as adaptações que utiliza no dia a dia, Rubem explica: “No PC, uso um controle de Xbox 360 nos pés e com o mouse na mão consigo mirar e atirar. No caso do Counter-Strike, uso um programa chamado ‘joy to key’ que emula as teclas do jogo no controle. Na bateria eletrônica, uso um pad a mais com um pedal para fazer som de caixa, inspirado na bateria do Rick Allen do Def Leppard”, conta.
Rubem tem uma visão crítica sobre acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência (PcD) na sociedade. “Existe uma lei de cotas para PcD em empresas, mas essa lei precisa ser revista, porque um cadeirante demanda mais adaptações do que uma pessoa que falta um dedo, por exemplo. Num processo seletivo, quem não precisa de adaptações no ambiente de trabalho tem vantagem sobre outro candidato. Preconceito sempre existirá, nós que devemos nos impor e fazer de tudo para vivermos normalmente, não esperar que outros façam por nós” afirma.
Para aqueles que enfrentam desafios semelhantes, Rubem deixa uma mensagem: “Nunca desista de seus sonhos, você é parte do Todo, Deus está em você, somos co-criadores de nossa história. Confie em Deus e em você, estude e crie disciplina para cumprir seus objetivos”, finaliza.
Rubem compartilha suas conquistas e dicas em suas redes sociais: @rubemespantalho e @espantalhogeekstoreoficial.