Cosmopolense supera dificuldades e vence a depressão

Ela venceu o racismo, o preconceito e a morte de um parente próximo

Raquel Ferreira. Esse nome pode ser considerado como sinônimo de luta e perseverança. A história da ‘Uber’, de 50 anos, serve de exemplo não só para as mulheres, mas para toda pessoa que, um dia, já sofreu na vida, ou ainda sofre. Histórias como a dela devem ser valorizadas, ainda mais num século em que as doenças psicológicas são as mais perigosas…
No caso, vários motivos culminaram para a formação do estado depressivo: como o racismo sofrido na infância, que criou traumas em Raquel, além de sofrer preconceito por ser acima do peso. E nenhum desses traumas foi tratado; então, ela sempre carregou consigo esse sentimento. Mais tarde, ela chegou a fazer uma bariátrica, “porém, a cor da pele continuava a mesma”, desabafa. Isso retrata o tamanho da covardia em se cometer tal crime a uma inocente criança, e quais consequências ela pode levar para o resto da vida, devido à falta de empatia e a mente doentia daqueles que o praticam.
Já adulta, Raquel desenvolvia pensamentos paranóicos relacionados à solidão, pensava que ficaria sozinha pra sempre. A partir disso, Raquel entrou num relacionamento abusivo, chegando até a se casar com o homem que conhecera num aplicativo de relacionamentos. Pra piorar a situação, sua mãe estava internada e seu pai descobria um câncer, tudo isso na mesma época, tornando muito difícil obter saúde psicológica em meio a tantos acontecimentos ruins. Após tais acontecimentos, sua filha saiu de casa, devido à faculdade, seu marido a abandonou, e seu pai, infelizmente, veio a falecer, sobrando apenas ela e sua mãe.
Com todos esses fatores, “eu chegava a sentir dores físicas, dores na alma!”, diz Raquel. Ela relata que tinha vontade de se suicidar, devido a tanto sofrimento e tanto vazio. “Eu não conseguia levantar da cama, escovar os dentes, comer, não queria ver ninguém”, retratando a situação na qual se encontrava. Além disso, ela tinha de cuidar da mãe, que ainda estava de cama.
O que a motivava era assistir a programas religiosos; evangélicos e católicos, nos quais sentia as palavras entrando em seu coração. Raquel diz que falava constantemente com Deus, e que, a partir de então, começou a tentar buscar soluções para seu terrível problema.
Foi então que ela pensou em começar a transportar pessoas com seu carro. Suas amigas a ajudavam muito no começo, requisitando o serviço sempre que precisavam. Outro fator que ajudou Raquel, foi simplesmente conversar com seus passageiros. O convívio social, juntamente com suas amizades e sua fé, foram fatores definitivos para a recuperação.
“Agora, estou bem com minha cor, com meu corpo, comigo mesma”, ela diz, com uma fé muito grande, e a sensação de que continuará feliz e completa por tudo o que tem.