Cosmopolense Zé Lando escreve e distribui mensagens religiosas de fé e otimismo

José Orlando Serafim, mais conhecido na cidade como Zé Lando, tem 74 anos e, atualmente, é aposentado. Também poeta, continua ativo na cidade entregando diversas mensagens diariamente.
Zé Lando conta que começou a escrever há mais de 40 anos e, sem dúvidas, é seu principal e favorito hobby. Ele passa tardes sentado em alguma praça escrevendo em seu caderno. “Eu comecei a escrever e entregar as mensagens no começo do ano, mas escrevo, para mim, há anos. Eu escrevia somente no caderno, pensei em escrever e levar para a rua, para todo lugar que eu pudesse”, explica.

O início
“Comecei a distribuir as mensagens colocando folhetos de igreja nas caixas de correio. Levava as mensagens comigo e entregava para as pessoas que estavam andando na rua. Agora, levo direto a mensagem. Gosto de fazer isso nos lugares que tem bastante gente”, conta Zé Lando. Ele ainda fala que já entregou mensagens por toda Cosmópolis e, agora, está explorando Artur Nogueira. “Em Artur Nogueira, eu desci do ônibus, peguei uma rua, entrei numa ciclovia e resolvi entregar os bilhetes ali mesmo.
Às vezes, algumas pessoas passavam de bicicleta e levavam o bilhete. É algo que está dando certo”, afirma.

Amizades
“Faço muitas amizades, têm pessoas que eu não conhecia e estou conhecendo agora e até mesmo pessoas antigas que não via há tempos e estou revendo agora”, fala.
“O facebook dele bomba de gente de Artur Nogueira, já que ele vai para lá todos os dias”, brinca a filha de Zé Lando, Eva Serafim. “Cada lugar que ele vai, as pessoas tiram foto com ele, postam e o marcam. Ele fica todo feliz com isso”, completa.
“As professoras o chamam na escola para ele falar com os alunos nas classes de aula. O facebook dele é o vínculo com ele e, então, as professoras mandam mensagem para ele ir lá para falar com as crianças, ler poesia. Ele interage com as crianças, que fazem festinhas, tiram fotos”, conclui Eva.
“Fiquei conhecido, também, porque trabalhei doze anos na Prefeitura. Então, ia nas escolas fazer serviços e fiz amizade com todo mundo. Isso é bom, amizade sempre é muito bom”, completa.


Zé Lando também cursou Teologia. “Por isso, já tenho uma noção do que e com quem vou falar”, explica. “É importante a distribuição das mensagens porque é a palavra de Deus, que precisa ser levada. Quando chego à pessoa, eu falo: ‘leia, mas, se você não quiser, pode me devolver’. A pessoa lê e, até hoje, ninguém devolveu (risos); até hoje, foi tudo bem aceito. Às vezes, vou andando pela rua e falo: ‘uma mensagem para a senhora, você quer?’. A pessoa fala que quer e eu brinco: ‘você nem sabe o que é’ (risos)”, comenta.

Saudades
Zé Lando já perdeu a esposa. Hoje, ela teria 72 anos, mas ele nunca deixou de amá-la. Todo aniversário, ele vai ao túmulo dela deixar uma mensagem. Ele até lembra da última que deixou: “Vou fazer da minha saudade uma ponte bem comprida para chegar na eternidade e rever minha querida”.
“Quando a minha esposa faleceu, se eu não levasse para o papel o que eu estava sentindo… Já cheguei a brigar com a morte, falava ‘o que você vai querer? Você vai levar o que, se já estou morto?’, escrevia tudo”, relata. Ele começou a entrega das mensagens levando uma todos os dias ao túmulo dela.

Zé Lando, hoje, é um senhor cheio de alegria e simpatia que pretende continuar escrevendo e entregando suas mensagens ainda por muito tempo.

Zé Lando, poeta