Cosmopolenses lançam HQ pela editora SESI

Dois jovens artistas cosmopolenses lançaram a HQ NOBRE/LOBO na Comic Con. A HQ (História em Quadrinhos) se trata de um thriller policial sobrenatural, tem como editora a SESI e é uma grande realização para todos os envolvidos na criação da obra.
“Há três anos, eu, Gustavo Tertoleone, e o João Gabriel, ambos moradores de Cosmópolis, decidimos sentar na Subway para traçar uma estratégia. Nós éramos sonhadores, estávamos ávidos por criar e criar. Num bate-papo rápido, eu prometi entrar com a estória e ele prometeu entrar com a ilustração, apertamos as mãos e marcamos de voltar ali nos dias seguintes para discutir acerca da criação de um argumento interessante e desenvolvermos juntos um projeto de história em quadrinhos. Essa, com certeza, foi a viagem mais interessante que eu tive após me formar em cinema/audiovisual em 2014; de todos os projetos nos quais eu resolvi me enfiar, NOBRE/LOBO foi o que não apenas rendeu ótimos frutos, como me ensinou muito a respeito de produção e criação narrativa, projeção de projetos a longo prazo e, pasmem, relacionamentos.
O argumento inicial da graphic novel acabou indo parar no lixo após seis meses de reuniões constantes no restaurante, que é famoso por seus cookies. Depois de alguns dias, decidimos reestruturar o arco narrativo e mudar completamente o argumento para algo com mais raízes na realidade e apenas com pequenas nuances do sobrenatural. Escrever o roteiro, apesar de ter sido um trabalho complexo, foi a fatia mais rápida de ser devorada em todo o projeto. Com ele em mãos, precisaríamos tomar uma decisão sobre como prosseguir com a produção, uma vez que éramos apenas sonhadores sem um tostão no bolso para produzir o que queríamos e com a qualidade na qual sonhávamos.
O João Gabriel foi o grande mentor por detrás do plano mirabolante que ajudaria a trazer NOBRE/LOBO à vida. Ele me contou a respeito do PROAC, o edital de obras artísticas que ocorre em São Paulo todo ano, e disse que valeria a pena tentar inscrever nosso projeto. A maior felicidade de nossas vidas, até então, chegou quando descobrimos que nosso projeto havia sido aceito e poderíamos escrever nossa primeira obra artística e literária!
Poderíamos produzir algo que ficaria registrado para sempre nos anais da história brasileira e mundial… É, eu sei que parece uma euforia descabida, mas, é exatamente como nos sentimos naquele momento; já havia a possibilidade de produzir algo relevante, nossas vidas se tornariam relevantes de alguma forma.
Desespero, esta é a palavra que ilustra muito bem os meses seguintes à aprovação do projeto. Agora, precisávamos finalizar o projeto dentro de um prazo apertado, prazo esse que nós mesmos havíamos decidido, pois, era nosso desejo inscrever o livro em uma das mesas na Artists’ Alley, da Comic Con Experience, o maior evento de quadrinhos e cultura pop do mundo.
Foram nove rápidos e violentos meses nos quais tivemos de: finalizar 85 páginas de ilustrações; colorir 85 páginas do projeto; buscar apoio de alguma editora para dar plataforma e catapultar o projeto quando pronto; entrar em acordo com escolas públicas para palestrar sobre nosso sucesso (pois é, no PROAC existe algo chamado contrapartida, e nossa contrapartida era justamente dar 15 palestras em escolas públicas); descobrir que as escolas tinham pouco interesse em receber nossas palestras e que as escolas interessadas tinham cargas jocosas de burocracia; ficar felizes por termos conseguido uma editora para publicar nossa obra; ficar tristes porque a editora cancelou o contrato de última hora; nos desesperar porque a obra acabou dobrando a quantidade de páginas (peço desculpas até hoje João, mas você sabe que isso só precisou ser feito pelo bem da narrativa); dormir 4 horas por dia para que o projeto fosse finalizado a tempo; berrar de felicidade quando o SESI-SP aceitou nossa proposta e nos adotou junto de nosso projeto; bater com a cabeça na parede de alegria quando fomos aceitos na Comic Con como expositores; e, por fim, respirar fundo quando finalizamos o projeto no prazo.
Este foi o nosso Monomito que resultou no NOBRE/LOBO, um graphic novel de 144 páginas que fala sobre o poder e a importância de nossas escolhas, desde as maiores que precisam refletir muito sobre, até as menores que tomamos em nosso dia a dia de maneira automática.
Os protagonistas são dois investigadores civis da cidade de São Paulo que buscam respostas para o desaparecimento de múltiplas crianças, que sumiram sem nem deixar rastro. A escrita tem fortes influências do escritor H.P. Lovecraft e de obras audiovisuais como True Detective, Se7en, Além da Imaginação, entre outros tantos filmes e séries que eu e o João devoramos em nosso tempo livre.
O livro leva as cores do Danilo Freitas, um artista gigante e promissor que tem um futuro brilhante pela frente, assim como a Maria Paula, que fecha nosso time com um trabalho extremamente refinado de diagramação e que levou todo o projeto gráfico nas costas.
O NOBRE/LOBO não é apenas minha primeira obra, mas também é a chave que destrancou a porta para um caminho que antes permanecia nebuloso em minha mente. Um caminho que leva até a criação literária de grande liberdade e possibilidade, um caminho que cresce cada vez mais no Brasil e mostra uma leva grande e seleta de artistas brasileiros que antes permaneciam no anonimato. E esse é o

Capa da HQ

caminho que eu e o João decidimos trilhar quando lançamos o NOBRE/LOBO.
O livro pode ser encontrado na livraria oficial da SESI em São Paulo, em algumas outras livrarias espalhadas pelo Brasil, pela Amazon ou comigo e com o João”

Quem se interessar em adquirir a HQ, basta procurar o nome deles no Facebook e fazer contato por lá.