Cosmópolis nos ares: conheça alguns cosmopolenses que seguiram a carreira da aviação

O sonho de seguir a carreira da aviação não é fácil por si só. Para quem é de uma cidade do interior, como Cosmópolis, o sonho fica ainda mais alto, literalmente, visto que a falta de estrutura nesta área e a necessidade de aprimoramento na carreira se concentram nas metrópoles, grandes cidades e capitais. Mesmo com as dificuldades, o sonho de estar nos ares superou todos os obstáculos para esses cosmopolenses que buscaram por suas metas e conseguiram alcançar seus objetivos na carreira. Conheça-os:

Gessivaldo Cardoso Rebouças, de 22 anos

O interesse pela carreira
“Inúmeras pessoas já tiveram ou têm vontade de voar, ver como é, sentir! Comigo não foi diferente. Desde muito novo, ainda criança, já gostava demais de avião. Avião era sempre o meu brinquedo favorito. Um certo dia, ainda criança, baixei um simulador de voo no computador, aí que não parava de jogar e brincar, me sentia o melhor piloto do mundo, mesmo sem saber como era realmente a operação aérea. O tempo passou e nunca tirei a aviação da cabeça. No ensino médio, tomei a decisão de me tornar piloto, a paixão por voar era é enorme. Acabei o ensino médio em 2013, e tão logo, no início de 2014, com 17 anos, dei início aos estudos na área”.

O caminho
“Eu me mudei para o Rio de Janeiro neste mesmo ano para fazer a faculdade de ciências aeronáuticas. O curso teve duração de 4 anos. Foi difícil para mim, principalmente, no início, porque fui embora cedo de casa, longe dos pais, da cidade onde fui criado, amigos. Mas, graças a Deus, morei com a minha irmã e isso me serviu de alento muitas vezes. Posso dizer que todo esforço vale a pena! Foi difícil, mas, no final de 2017, concluí o curso e voltei para Cosmópolis”.

O início da carreira
“Foi em 2016 que iniciei realmente a operação prática de pilotagem. No mesmo ano, tirei minha carteira de piloto privado e, neste ano de 2018, a carteira de piloto comercial…”

Ossos do Ofício
“As dificuldades na operação aérea são diversas, pois, a aviação sempre será uma operação de risco. A responsabilidade de um piloto é enorme. O piloto lida com vidas, bens materiais de terceiros, tudo que ocorre dentro da aeronave é o comandante que responde legalmente. Graças a Deus, a formação brasileira de pilotos é excelente, temos diversos pilotos brasileiros no mundo afora, é uma aviação respeitada”.

Como funciona
“A função do piloto é realizar a operação aérea, tanto em voo, como no solo, de forma segura, dentro das regulamentações, normas de segurança, o que é muita coisa. Hoje, no Brasil, o mercado para piloto é um tanto difícil, visto que se tornou um mercado extremamente seletivo. Por isso, a aviação exige muito estudo, dedicação, foco”.

Realização
“Em suma, para mim, a aviação é extremamente apaixonante, não me vejo fora dela. O que um dia foi um sonho de criança, graças a Deus, se tornou realidade, por isso, sou grato”.

Caroline Favoretti, de 27 anos

O interesse pela carreira
“Meu interesse pela aviação começou quando fui assistir uma aula na escola de comissários para saber como era essa área, que ocorreu através da indicação da escola por um amigo do meu pai, que estudava para mecânico de voo. Como nunca conheci ninguém que trabalhasse na aviação, então, não sabia como era. Eu ainda estava completando o colegial”.

O caminho
“Do início do meu curso até o término, foram 9 meses. Eu fazia aos domingos. É um curso que exige muita dedicação. São muitas provas durante o curso e depois tem a prova final, uma banca da ANAC. E só sendo aprovada nessa banca você pode ingressar em uma Cia aérea. E também já vai conhecendo como é o mercado da aviação. Tanto dentro do nosso país, quanto fora dele.

O início da carreira
“Graças a Deus, eu pude ingressar em uma Cia aérea logo no término do meu curso. Passei na banca da ANAC e, com menos de 30 dias, já tinha o meu grande sonho realizado. Pois sim, ao decorrer dos meses e das aulas, você vai descobrindo um amor tão grande por ter feito tal escolha… Então, minha caminhada até a contratação foi apenas o término do curso que concluí com muito estudo e dedicação para que tivesse uma excelente nota no final”.

Ossos do ofício
“Estes vamos ter em qualquer carreira que escolhermos. Em algumas mais, outras menos. Trabalhar na aviação, como dizemos, tem que ter muita paixão. Pois, muitas vezes, estaremos longe de nossas famílias para levar tantas outras perto das próprias! Nem sempre vamos estar próximos em datas especiais. Em almoços familiares. Perto dos nossos amigos. Pois, estaremos nos “ares” levando tais pessoas para compromissos que talvez pudessem ser os nossos”.

Realização
“Mas, como tudo na vida que é feito com amor, existe a recompensa. A recompensa de cada sorriso que a gente recebe quando se chega ao destino final. Um abraço apertado. Um aperto de mão. Para nós que estamos longe das nossas famílias para levarem tantas outras… É nosso lar, esse carinho, a gratidão, o sorriso. Tudo isso nos deixa mais fortes para voar cada vez mais alto e mais longe. Para acordar no Sul e dormir no norte”.

Danilo Rodrigues de Oliveira, de 26 anos

O interesse pela carreira
“O interesse pela Aviação começou cedo desde criança, quando meus pais já me levavam em aeroportos, como em Pirassununga, cidade em que todo ano se tem o chamado ‘Portões abertos’ da AFA (Academia da Força Aérea). Ali foi plantada a semente da aviação”.

O caminho
“Comecei fazendo o curso de Piloto Privado em 2013 no aeroporto de Campinas (Campo dos Amarais) e, logo em seguida, decidi me mudar para Cuiabá-MT, pois, tinha um primo piloto na cidade, que me ajudaria no início da carreira. Fiz minhas horas de voo em Cuiabá em uma escola de aviação e, na mesma escola, fiz o curso de Piloto Comercial, onde continuei me especializando na área. Logo que saí da escola, enfrentei algumas dificuldades, como desemprego, pois, a Aviação, no momento, estava tendo uma baixa e foi um período complicado, visto que me deparei com a situação onde eu voltaria para casa ou continuaria em busca do sonho”.

O início da carreira
“Comecei a trabalhar em paralelo, como nos bicos de garçom na noite, vendendo salgados em volta do Aeroporto e vi essa etapa como aprendizado! Fiz muitas amizades com Comandantes mais antigos e experientes e comecei a pegar os chamados ‘duplos’, onde eles te ensinam como realmente é a profissão, afim de me tornar um profissional melhor; vi toda essa fase como forma de crescimento e modelagem. Confesso que foi um período difícil, contudo, essencial para o que viria depois… os mesmos Comandantes que me deram os ‘duplos’ me colocaram para voar! Então, como Co-piloto na Aviação Executiva, voei alguns anos até me tornar, hoje, o Comandante!”

Ossos do ofício
“O desemprego na área até conseguir o primeiro emprego e se tornar um profissional! Na aviação executiva, depende muito do mercado em que a empresa atua, pois, manter essas máquinas é um pouco caro, e nem todas as empresas têm estrutura para passar por dificuldades financeiras, como, por exemplo, a crise em que nós brasileiros enfrentamos há pouco tempo. Também existe a distância de pessoas queridas, como família, amigos, em muitas ocasiões não poder estar em datas festivas, como um aniversário, casamento ou um dia das mães por estarmos em serviço.
Pelo menos na área executiva, os ossos do ofício se iniciam desde em deixar uma simples mala de roupas pronta, pois, a qualquer hora, você pode ser acionado e ter que sair para um voo de última hora, até chegar antecipado para preparar o avião (planejamento de voo, meteorologia da sua rota, abastecimento, inspeção pré-voo, agendar hangaragem do destino, hospedagem), sempre estar atualizado com o equipamento e buscando aprender a cada dia com novos manuais, Código Brasileiro Aeronáutico em estudo constantemente, ter toda ciência da manutenção que é feita na aeronave, acompanhando cada fase e reportando à oficina qualquer pane ou defeito que pode ocorrer futuramente”.

Realização
“Eu diria que a Aviação cobra caro com todas as dificuldades, distâncias, porém, ela sabe recompensar todo esforço, vale a pena sair em busca de um sonho. É muito gratificante fazer o que ama e, em especial, para mim, é quando estou alinhado na pista e inicio a corrida de decolagem. Ao sair do chão, me concentro nos parâmetros do voo e ainda assim consigo admirar a bela vista ‘do escritório’ (risos), isso não tem preço! É o momento em que você olha para trás e vê que tudo que fez para chegar até ali valeu a pena! E eu faria de novo, de novo e de novo…”