Cosmópolis recebeu 500 doses da vacina contra a febre amarela

Segundo a Prefeitura, já foram vacinadas 200 pessoas e a vacinação acontece todos os dias em escalas, somente para pessoas que viajarão para áreas de risco, que podem ser consultadas através do site do Ministério da Saúde

A febre amarela avança em Minas Gerais e já têm casos no interior paulista, como em Paulínia, onde a doença já fez uma vítima fatal e uma outra com suspeita.
Toda pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que são Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela, deve se imunizar. A orientação do Ministério da Saúde se justifica porque a doença tem maior número de casos nos meses de dezembro a maio e a transmissão é considerada possível em grande parte do Brasil. A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Em 2016, foram enviadas aos estados mais de 16 milhões de doses, sendo 2,7 milhões para o estado de São Paulo.
Nessas duas últimas semanas, Cosmópolis recebeu 500 doses da vacina e, até esta semana, cerca de 200 pessoas já tinham sido vacinadas.
A Prefeitura Municipal de Cosmópolis lembra que não há um surto da doença e as áreas de risco podem ser consultadas através do site www.cve.sp.gov.br.
Mesmo entre as pessoas que vão viajar para as áreas de risco, quem já tomou a vacina nos últimos dez anos não precisa ser vacinado novamente.

Prevenção
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Carla Domingues, explica que no Brasil é adotada uma estratégia de duas doses, tanto para adultos quanto para crianças, sendo que as crianças devem receber as vacinas aos nove meses e outra aos quatro anos de idade. Os adultos que tomaram a primeira dose há menos de dez anos não precisam tomar outra dose.
Para aqueles que vão viajar nas regiões de risco e não completaram o esquema de duas doses, é recomendado que seja vacinado pelo menos dez dias antes da viagem, pois esse é o tempo que ela leva para criar anticorpos e a pessoa estar protegida.
O esquema de duas doses é adotado no Brasil, que passa ser até mais rigoroso do que a própria recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda apenas uma.
A vacina é segura e garante a proteção durante toda a vida. Porém, é recomendado que apenas pessoas que vivem ou vão passar por zonas de risco se vacinem. Ela é a medida mais importante para a prevenção e controle da doença, com aproximadamente 95% de eficácia. Mas, mesmo que segura, a vacina pode provocar febres, dores no local, dores de cabeça, no corpo e entre outros.
A vacina para febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo que a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, ou tetra viral, que protege contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela. Se a criança tiver alguma dose do Calendário Nacional de Vacinação em atraso, ela pode tomar junto com a febre amarela, com exceção da tríplice viral ou tetra viral. A criança que não recebeu a vacina para febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral e for atualizar a situação vacinal, a orientação é receber a dose de febre amarela e agendar a proteção com a tríplice viral ou tetra viral para 30 dias depois.
A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.
Indivíduos com histórico de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina), assim como pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde.
Além da vacinação, as pessoas que planejam turismo rural, pescaria, visitação de reservas naturais, parques ecológicos, cachoeiras, rios, florestas, parques urbanos, bem como aqueles que praticam atividades laborais relacionadas ao extrativismo, à fauna e à flora em ambientes rurais e silvestres, devem adotar outras medidas de prevenção, tais como: utilizar roupas que protejam todo o corpo (sapato fechado, camisa de manga longa e calça comprida), usar repelentes e evitar ou reduzir a exposição no horário de maior risco (9h às 16h).

Sobre a doença
O vírus da febre amarela se mantém naturalmente num ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas não humanos, hospedeiros animais e mosquitos silvestres. Existem dois tipos diferentes de febre amarela: a urbana e a silvestre. A principal diferença é que nas cidades o transmissor da doença é o mosquito Aedes aegypti, transmissor também da dengue, zika vírus e chikungunya.
Já em matas, a febre amarela ocorre, principalmente, em macacos e os transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Eles picam primeiro o macaco doente e depois o homem, quando este invade o habitat dos macacos.
O Ministério da Saúde realiza a vigilância de epizootias, doenças que atacam animais, desde 1999, com o objetivo de antecipar a ocorrência da doença. Assim é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas e também evitar a urbanização da doença por meio do controle de vetores nas cidades.
Desde os primeiros casos suspeitos em macacos, no estado de São Paulo, no ano passado, o Ministério da Saúde mantém permanente articulação com a vigilância do estado para aplicação de medidas de prevenção e controle adequadas, oferecendo apoio técnico, capacitação de profissionais, suporte a investigações de casos, envio de vacinas.

Sintomas
Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem vir a óbito.
Às pessoas que identifiquem alguns destes sinais, o Ministério da Saúde recomenda procurar um médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. Essa orientação é importante, principalmente, àqueles que realizaram atividades em áreas rurais, silvestres ou de mata, como pescaria, acampamentos, passeios ecológicos, visitação em rios, cachoeiras ou mesmo durante atividade de trabalho em ambientes silvestres.

Esquema de vacinação em Cosmópolis
A vacinação em Cosmópolis ocorre na unidades Básics de Saúde (UBS) conforme escala:
– Segundas-feiras na Unidade Básica de Saúde/Posto de Saúde Familiar, Beto Spana, nos horários das 8h às 10h30 e das 13h às 15h30;
– Terças-feiras na Unidade Básica de Saúde Integrado, Campos Sales, nos horários das 8h às 10h30 e das 13h às 15h30;
– Quartas-feiras na Unidade Básica de Saúde, Jardim de Fáveri, nos horários das 8h às 10h30 e das 13h às 15h30;
– Quintas-feiras no Centro de Especialidades II, nos horários das 8h às 10h30 e das 13h às 15h30;
– Sextas-feiras na Unidade Básica de Saúde/Posto de Saúde Familiar, Andorinhas, nos horários das 8h às 12h e das 14h às 15h.