Se a fiação da sua casa é antiga ou está mal dimensionada, ela pode sofrer com sobrecarga de energia e colocar o imóvel em risco com a possibilidade de curto-circuito e até incêndio. Os números comprovam: no ano passado, foram registrados 537 incêndios por curto-circuito em todo o país. A região Sudeste liderou o ranking regional, com 155 eventos, sendo que 26 resultaram em fatalidades. Em segundo lugar ficou a região Sul, onde os incêndios por curto-circuito também foram bastante numerosos (142), com um total de 9 mortes.
Esses números compõem o Anuário Estatístico 2019, da Abracopel (Associação de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), que mostra também que as casas são o tipo de edificação que mais registraram incêndios por curto-circuito, com 207 casos e 44 mortes em todo o país. Nos prédios residenciais, os incêndios por sobrecarga deixaram 14 mortos e a incidência foi de 45 ocorrências. Em comércios (sejam de pequeno ou grande porte), os dados revelam 130 incêndios ao longo do ano de 2018, com uma morte.
Quando uma casa é projetada, o sistema elétrico deve ser planejado com o mesmo cuidado. Porém, com o passar dos anos, o aumento de cômodos, equipamentos elétricos e reformas, a rede elétrica acaba defasada. Isto acontece pelo fato de a construção ser antiga, ou quando se acrescentam equipamentos que não estavam programados, sem dimensionar corretamente a rede, causando a sobrecarga. Um exemplo é a tendência atual, devido ao forte calor, de instalação de sistemas de ar condicionado. Instalações antigas e inadequadas podem elevar o valor da conta de luz, por conta de fuga de energia, ou provocar acidentes, como choques, curtos-circuitos e até incêndios, que muitas vezes podem ser fatais.
De olho nos alertas. Na maioria das residências, reparos ou manutenção na rede elétrica são feitos quando surgem problemas ou quando há necessidade de expansão. Entretanto boa parte de choques e incêndios apresentam como causa principal rede envelhecida ou alterações e adaptações malfeitas. Apesar de parecer simples, a instalação ou alteração deve ser feita por profissional com conhecimento. Um fio mal conectado ou desencapado pode ser fonte de fuga de energia ou de curto-circuito. Alguns indícios servem de alerta: aquecimento de interruptores e tomadas, aumento na temperatura dos fios de aparelhos, lâmpadas ou equipamentos que deixam funcionar e depois voltam, disjuntores que desarmam ou até a conta com elevação significativa de valor.
O número de incêndios por curto-circuito reflete a defasagem das instalações elétricas nas residências. Esses acidentes têm início pela sobrecarga em condutores que, ao terem ultrapassado seus limites de condução de corrente, aquecem e perdem a isolação, dando origem ao fogo. Instalações modernas ou atualizadas passam a ter dispositivos de proteção que interrompem a sobrecarga evitando o acidente (disjuntores ou fusíveis corretamente dimensionados).
Antes de qualquer ação é preciso fazer um bom planejamento, acompanhando o trabalho do eletricista e cobrando o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Mas como saber a hora de reformar a rede elétrica da residência? “A vida útil dos componentes varia de acordo com a marca do produto, das condições de uso e de conservação. A melhor maneira de saber o estado das suas instalações é chamando um profissional especializado para realizar inspeção e manutenção preventiva. Pontos quentes na rede elétrica são preocupantes e podem provocar fuga de energia, acidentes e queima de aparelhos mais sensíveis. Vale ressaltar que a instalação elétrica de uma residência precisa seguir as normas de segurança estabelecidas pela NBR-5410 da ABNT”, aconselha Marcos Victor Lopes, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho, da CPFL Energia.
Alinhada com sua missão de zelar pela segurança de seus clientes, a CPFL Paulista dá dicas úteis para proteger a casa e evitar problemas de sobrecarga e incêndios:
– Fios descascados, amassados ou com corrosão na capa isolante devem ser imediatamente substituídos;
– Fique atento à temperatura dos fios dos aparelhos. Se eles ficarem muito aquecidos durante o uso, chame um técnico eletricista;
– Não realize ligações de tomadas, disjuntores ou faça qualquer adaptação na instalação;
– Nunca ligue um fio diretamente na tomada ou desligue aparelhos puxando-os pelo fio;
– Nunca use ‘benjamins’ para ligar mais de um aparelho na mesma tomada. Ligue apenas um aparelho por tomada;
– Quando ocorre o desarmamento de disjuntores com frequência, ou queima constante de fusíveis, é sinal que a instalação elétrica da sua casa está sobrecarregada. Neste caso, chame um eletricista para verificar a fiação;
– Nunca coloque arames ou moedas no lugar de fusíveis;
– Se for viajar, desligue todos os aparelhos eletrônicos das tomadas e retire os aparelhos da tomada toda vez que perceber oscilação na energia elétrica de seu imóvel, e chame um profissional;
– Evite deixar cortinas ou tapetes sobre os fios elétricos para evitar um incêndio em caso de curto circuito;
– Choques ao tocar no registro do chuveiro elétrico ou na porta da geladeira são indícios que a rede elétrica está com problemas;
– Caso sinta cheiro de queimado, fumaça ou cabo derretido chame imediatamente um técnico eletricista;
– Dimensione a rede elétrica do seu imóvel para suportar a carga dos equipamentos, sempre com sobra para novos equipamentos;
-Sempre que for necessário, conte com o trabalho de um profissional e procure fiscalizar o planejamento da obra e o uso correto de EPIs;
– O ideal é revisar toda a fiação da sua casa a cada cinco anos como precaução.
CPFL alerta sobre como evitar acidentes e incêndios por curto-circuito em casa
8 de novembro de 2019 Variedades Foto: GAZETA / TVJAGUARI
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