Crianças e adolescentes do Projeto Arco-Íris participam do ‘Natal em Comunidade’

Com o intuito de criar oportunidade de promover e garantir o direito da convivência familiar e comunitária das crianças e adolescentes acolhidos, ampliando as suas referências e oferecendo-lhes a chance de se relacionar dentro de outros ambientes, com novos exemplos de participação familiar e de cidadania dentro da sociedade, surgiu o “Natal em Comunidade”, um programa do Projeto Arco-Íris, que consiste em um período de aproximadamente 10 dias durante o ano em que as crianças e adolescentes acolhidos ficam em companhia de famílias voluntárias para o desenvolvimento de atividades diversas de educação, lazer, cultura, etc.. Ou seja, durante o período de festas de Natal e ano novo, as crianças ficam na casa de familiares ou voluntários, e não no abrigo.
“É interessante relatar que essa ideia surgiu através da experiência dos profissionais do Projeto Arco-Íris e Setor técnico do Poder Judiciário após o acompanhamento, análise e avaliação dos casos atendidos no decorrer de alguns anos de funcionamento da instituição. As crianças que já estavam em processo gradual de reinserção em família de origem (nuclear ou extensa) ou inserção em família substituta (processo de adoção), no fim do ano, normalmente, recebem autorização da Justiça para permanecer um período maior sob os cuidados dos responsáveis, que estão recebendo apoio e orientações, bem como sendo avaliados como futuros guardiões. Tal autorização é justamente por ser o fim de ano, período de festas (Natal e virada de ano), um período que habitualmente evoca nas pessoas uma maior sensibilidade e desejo de estar próximo a seus entes e também por oferecer uma maior disponibilidade de tempo devido às férias escolares, recessos e folgas em trabalhos, etc. A condição emocional e comportamental das crianças que permaneciam na instituição durante este período era influenciada de maneira negativa, talvez por reforçar sua condição e história de vida (sentimento de rejeição e exclusão). Frente à situação exposta, surgiu a ideia de proporcionar uma vivência semelhante a todas as crianças acolhidas.
No fim do ano de 2013, tivemos a primeira experiência com a participação de voluntários e profissionais que se dedicam a execução deste trabalho, e a avaliação foi extremamente positiva” – ressaltam a psicóloga da instituição, Joelma Carlos Figueiró, e a assistente social, Patrícia Aparecida Silva Moraes.
As famílias são orientadas de acordo com a necessidade individual de cada criança e adolescente, levando-se em consideração história de vida, estado de saúde física e emocional de cada uma, bem como recebem o suporte dos profissionais do Projeto Arco-Íris que ficam à disposição em esquema de plantão de 24 horas todos os dias do Programa.
Durante o processo de seleção dos voluntários que acolherão as crianças e adolescentes em suas casas, é levado em consideração o vínculo desse voluntário. Ou seja, é preciso ser uma pessoa realmente presente no dia a dia do abrigo. Também, os candidatos não podem estar na fila de adoção, por exemplo.
“Nas semanas que antecedem a saída das crianças, as técnicas (psicóloga e assistente social) entrevistam e conversam bastante com os voluntários, para que fique bem claro o propósito do programa, pontuando que essas famílias não irão adotar as crianças, que se um dia entrarem na fila de adoção, não terão preferência por participarem do programa” – enfatiza o presidente da instituição, professor Ezequiel Augusto Viana dos Santos.
Ainda de acordo com Ezequiel, a edição deste ano foi um sucesso, sendo que os acolhidos começaram a retornar ao abrigo no dia 2. “Eles retornam extasiados, contando os detalhes de cada passeio, alimentação, brincadeiras e mostrando os presentes que ganharam”.
Quem desejar obter mais informações ou ajudar a entidade de alguma forma, é só ligar no 3812-2826 ou comparecer à Rua William Neumann, 615, Vila Vákula.