Os aparelhos celulares estão passando a fazer parte da vida das crianças cada vez mais cedo. Apesar de inevitável, o ato pode trazer consequências para a vida delas, que tornam-se mais reclusas e dependentes do eletrônico.
Para a pedagoga Rosana Helena Sass, nada pode ser considerado inteiramente ruim até o momento que se perde o controle. “A internet nos leva para inúmeros locais que não conhecemos. Infelizmente, o mau uso disso vem sendo a causa desse vício cada vez mais precoce”, comenta.
De acordo com a pedagoga, o principal fator que se observa nas crianças de hoje em dia é o desinteresse por brincadeiras infantis. “Aqui tentamos resgatar esse interesse, por isso, as deixamos longe de qualquer aparelho. Queremos ter com elas brincadeiras e brinquedos infantis”, afirma.
Mas, mesmo que haja controle no contato com celulares e computadores dentro da sala de aula, é normal observar-se a falta de limites impostos por pais e mães dentro de casa. “É importante que haja imposição de regras. Sempre há um horário para tudo. Nada deve exceder o limite”, aconselha.
Limite também é lema que acompanha a vida de Roberta Cruz (47). Mãe de dois meninos, sendo um de 6 anos e o outro de 13, Roberta afirma que o fato de ter cedido um aparelho celular aos filhos ainda no período de infância não surte malefícios às suas rotinas.
“Eles sempre tiveram contato com tecnologia, mas sempre no momento certo. Na hora de sair, de realizar as atividades diárias, como escola e cursos, eles colocam o celular inteiramente de lado. Na verdade, até preferem algo que não seja o aparelho”, conta.
É a postura que Rosana defende. “Mostrar que há um mundo além do celular é essencial e surte muitos efeitos na vida da criança. Não alego que elas não possam utilizá-lo; esta possibilidade não adequa-se nem a nós mesmos, mas deve haver consciência e limite”, pondera.
Outro fator que demanda atenção é a utilização dos celulares como válvula de escape para manter as crianças entretidas. “Deve ser exatamente o contrário: é importante mantermos as crianças ocupadas para que não haja tempo de sentir falta do aparelho”, alerta Rosana.
Para tal, Roberta busca impor aos filhos a necessidade da não utilização do celular em passeios de família. “Quando digo que vamos sair, eles largam os smartphones no mesmo instante, pois eu sempre alerto que não admito o uso dos mesmos quando estamos fora”, afirma.
Incentivar é o principal papel do responsável, já que torna a criança mais ativa e criativa. Atualmente, os estímulos dados às gerações mais recentes sobressaem ao que foi dado a jovens e crianças de 25 anos atrás. Para tal, o celular deve ser considerado última opção.