A prática do consumo consciente e de maneira sustentável vem crescendo e aparecendo no nosso dia a dia e, junto com esse movimento, a procura por brechós. Apesar de ainda não ser tão difundido no município de Cosmópolis, esse comércio de roupas seminovas e usadas já acontece.
Foi pensando em pautas como essa que a Nayara Z. Pires criou o Dona Rosa Brechó, nome este em homenagem a sua avó, um local direcionado ao comércio de roupas seminovas de diferentes marcas, todas devidamente higienizadas e por um preço acessível. “Somos um brechó modal, onde se encontram peças da tendência atual em excelente estado, com uma economia de até 80%”, afirma.
Uma das maiores preocupações da proprietária era acabar com o preconceito que, por anos, os Brechós carregam. Por isso, além de decorar, organizar e deixar a loja sempre cheirosa, investiu em cursos e aprendeu sobre cuidados com tecidos e a higienização correta deles, processo este feito de forma manual, sem uso de maquinário, com produtos corretos e antialérgicos. Assim, deixa todas as peças com fragrância neutra e mais limpas do que as comercializadas em lojas.
Toda roupa recebida passa por uma seleção, onde é avaliada a condição de cada peça. Algumas são direcionadas às prateleiras e outras a entidades filantrópicas, como o Projeto Arco-Íris e o MelhorAção.
Independente do direcionamento, as peças passam por um processo de higienização com produtos especializados neste tipo de limpeza, além de se tratar de um método artesanal, sem o uso de máquinas. “A roupa não fica nem com cheiro de produtos, como sabão e amaciante; ela fica com um cheiro neutro”, comenta.
Recebimento
De acordo com Nayara, “no início, foram os amigos, familiares e vizinhos, mas, com o tempo, notei que me acomodei muito a isso e o movimento já não era mais como o esperado. Então, começamos a usar mais as redes sociais, criar parcerias e entregar panfletos”.
Neste processo de propagação de seu negócio, Nayara afirma ter descoberto um grande número de cosmopolenses adeptos à cultura de brechós. “Muitos me diziam que não sabiam da existência de um brechó na cidade e, quando entravam aqui, assustavam com a semelhança que possui com uma loja comum”.
Como participar
Quem possui interesse em comercializar uma peça, pode disponibilizá-las em “Consignação”, feita através de um contrato, e ter a divisão do lucro com a loja. O contrato tem validade inicial de 60 dias, entretanto, os acertos são marcados para o fim de cada mês.
Caso haja o desejo de disponibilizar a peça por mais que 60 dias, há um acordo de redução de seu valor inicial e, no caso das roupas não vendidas, a dona das mesmas possui as opções de removê-las do brechó, permitir que sejam direcionadas a doação ou que inclua em promoções com preços até cinco reais.
Comprar consciente
“Não tem nada de errado em comprar roupas novas. Eu também compro, só mudei a forma como
comprar. Mas, em Brechós achei uma maneira de economizar e cuidar do nosso meio ambiente e sair com roupas de ótima qualidade. Nem todo mundo tem condições financeiras de comprar o look que foi lançamento nas passarelas. No brechó dá pra fazer isso; montar um look, no mesmo estilo, muitas vezes, praticamente igual, mas com pouco dinheiro.
Bazares beneficentes, feiras de troca e até trocas de roupas entre amigas são maneiras sustentáveis de aderir à moda consciente. Outra grande preocupação são os danos que a indústria têxtil traz para o planeta. Entre as 5 mais poluentes do mundo, com o dever de produzir roupa nova, utiliza materiais que levam mais de 200 anos para se decompor. São de fácil acesso na internet mais informações sobre a empresa que produziu a roupa que está vestindo hoje”, conclui Nayara.
O brechó Dona Rosa localiza-se na Rua Getúlio Vargas, 49B – Centro, e funciona de segunda a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 10h às 15h.