Cyberbullying e a Geração Z

A primeira atitude a se tomar a respeito do assunto é sempre falar sobre ele

A origem da palavra Cyberbullying é uma junção de dois termos da língua inglesa: cyber que é uma abreviação da palavra cybernetic (cibernético) que se refere ao que está ligada a rede de informações e comunicação, principalmente ao âmbito da internet, e a palavra bullying que é formada a partir da palavra inglesa bully que significa “valentão” mais o sufixo “ing” que transforma a palavra em verbo, isto é, em ação. O bullying é uma forma de agressão física, verbal e psicológica que se mostra de forma contínua.
O ciberbullying, por sua vez, é uma extensão disso e, portanto, uma ação de quem pratica a intimidação, humilhação, exposição vexatória, perseguição, calúnia ou difamação por meio de ambientes virtuais como redes sociais, e-mails e aplicativos de mensagens.
A incidência maior de casos ocorre entre adolescentes, mas sabe-se que há um número considerável de jovens adultos nessa prática criminosa. Os agressores geralmente se utilizam de perfis falsos (fakes), em que se acreditam “protegidos” em sua identidade real.
Nesse contexto, existe a possibilidade de a maioria dos agressores e vítimas estar na sua maioria, dentre pessoas que fazem parte do grupo da geração “Z”, pela ligação que possuem com esse ambiente tecnológico. Existem algumas nomeações hoje em dia para as gerações, como X, Y e Z.
Por não haver exatidão sobre o surgimento das diferentes gerações, pode-se considerar especificamente como geração Z, quem nasceu no fim da década de 1990 e 2010, e o que marca essa geração é a intimidade com a tecnologia e com o meio digital, ou seja, nasceram no momento de expansão tecnológica proporcionada pela popularização da internet.
São chamados de nativos digitais, pois, não precisaram, como as gerações passadas, fazer cursos de informática para lidar com computadores. Cresceram jogando videogames e foram acompanhando de perto as inovações tecnológicas. São pessoas que aprenderam a se relacionar pelas redes sociais e por aplicativos, acabam por evitar até sair de casa, irão preferir usar serviços delivery para justamente não sair.
Essa socialização pela internet levou a uma nova configuração social dessa geração e a novos hábitos de consumo. A internet deixa de ser aquela rede apenas acessível no computador em casa e passa a estar na palma das mãos em smartphones. Essa mescla de elementos evidencia uma geração acostumada com a individualidade.
Retomando o cyberbullying, este pode ter sérias consequências aos jovens vitimados que de início podem apresentar quadro inicial de isolamento e tristeza e evoluir para sérios quadros de depressão e transtorno de ansiedade e síndrome de pânico. Se o caso não for descoberto e as sequelas não tratadas, o risco de se carregar sintomas desse trauma para a vida toda é grande. É tão sério que pode levar a vítima ao suicídio.
A primeira atitude a se tomar a respeito do assunto é sempre falar sobre o assunto. O conhecimento é sempre a melhor forma de prevenir e tratar, muitas pessoas podem nem saber que essa agressão no meio virtual é crime. Crime para quem comete as agressões, jamais uma vítima deve ser responsabilizada pelo crime.
Os principais cuidados é não expor muito a vida nas redes sociais e evitar intimidades (fotos íntimas contendo nudez parcial ou total, mesmo que para parceiros), quando for atacado por alguém, bloquear instantaneamente. Em caso de exposições de fotos ou agressões que possam causar danos morais (calúnias e difamações) procurarem uma delegacia de polícia e registrar boletim de ocorrência. No caso de menores ou pessoas que ao serem vítimas não sabem como agir, converse com seus responsáveis ou com alguém de sua confiança para ter um apoio e auxílio. Pais e responsáveis devem sempre monitorar o que os menores fazem na internet a fim de auxiliá-los quando sofrerem agressões ou mesmo coibirem possíveis atos agressivos praticados pelos mesmos.

Maristela T. Lopes Ramos
Psicóloga
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Tel. 19 98171-8591
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