De volta ao passado

Oficialmente na quarta-feira (21), iniciou o verão no Brasil, a marcante estação das temperaturas elevadas, com dias mais longos, principalmente na claridade, e os intensos períodos de chuvas. Estação que perdura até o dia 20 de março de 2023, sempre surpreendente em todas suas edições, com seus peculiares fenômenos climáticos.
Em Cosmópolis, as chuvas de verão realçam os ciclos dos nossos rios Jaguari, Ribeirão Três Barras (Baguá), e Pirapitingui, notabilizando as cheias da Represa Pirapitingui e suas vazantes, como o popular Paredão. Desde os primeiros anos de 1890, marco das obras de construção e represamento da Represa Pirapitingui, então projetada como reservatório e hidroelétrica industrial.
Segundo dados históricos, os projetos iniciais foram elaborados pelo engenheiro Dumont Villares, sobrinho do inventor Santos Dumont, e sobrinho do proprietário da Fazenda do Funil, o Cel. João Manuel de Almeida Barboza, o qual idealizou a Represa Pirapitingui como hidroelétrica e hidrovia para os transportes agrícolas.
Dezembro de 2006 – há exatos 16 anos – em destaque, as vazantes da Represa Pirapitingui, popular ‘Paredão’, transbordando com as águas das chuvas de dezembro. As imagens avivam uma das maiores cheias registradas na Represa, intensa durante meses.
O ano finalizava assinalado pela devastadora estiagem de 2005, impactando nas reservas dos rios e Represa, gerando transtornos nos abastecimentos de água e agricultura. A biografia climática demudava nas últimas semanas de dezembro, como um presente de Natal para os cosmopolenses. As chuvas intensificavam fortemente a cada dia, e nos primeiros dias de 2006 registravam até 600 mm de pluviosidades.
Anos depois, outros ciclos de estiagem impactavam a nossa Represa, como as históricas secas de 2014, 2016 e 2020, estimada a maior dos últimos 92 anos na região, é considerada a mais severa das documentações dos sistemas do DAE, Departamento de Água e Esgoto de Cosmópolis.
Em dezembro de 2020, após constantes chuvas de verão, a Represa renascia novamente com as ‘águas de dezembro’. Um ano extremamente emblemático, marcante em todos os sentidos, apontado pela seca da Represa, e a maior pandemia do século.
Assim como os renascimentos da nossa Represa, muitas vezes improváveis pelos pessimistas, que 2023 seja um período de renascimentos em Cosmópolis, especialmente de esperanças nas vidas dos cosmopolenses. Saúde, fé e perseverança em dias melhores. Feliz e próspero 2023.
Texto e foto: Adriano da Rocha (Acervo Cosmopolense)