DE VOLTA AO PASSADO

Julho de 1932 – mês cultural e tradicionalista do povo paulista, semana notabilizada historicamente em 09/07, pelos 91 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, único feriado Estadual, data cívica mais importante do Estado de São Paulo.

Data marcada na memória e história, símbolo da união popular pelos direitos constitucionais igualitários para todos, maior luta civil da América Latina, revolução paulista em prol do povo brasileiro. O dia 09/07 é o marco da eclosão popular nos movimentos constitucionalistas, convocações e armamentos, então culminadas com as mortes dos jovens Claudio Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráuzio Marcondes de Sousa e Américo Camargo de Andrade, célebre acrônimo M.M.D.C., em 23/05/1932.

A localização da ‘Villa Cosmópolis’, centrada nos caminhos de acesso férreo e viários para Limeira, Piracicaba, Mogi Mirim e sul de Minas, dentre as maiores bases militares constitucionalistas, transformou o pequeno distrito campineiro em passagem e ponto estratégico das tropas paulistas. A família Almeida Nogueira, proprietários da Fazenda Usina Ester, registrava oficialmente Cosmópolis na história da Revolução Constitucionalista, quando os irmãos José Paulino Nogueira Neto e Paulo de Almeida Nogueira Filho, Paulino e Paulito, assumiam comandos táticos nas ações militares.

Nos quase quatro meses da Revolução Constitucionalista, 09/07 a 02/10, o período ficou assinalado nas memórias cosmopolenses, relatado como uma verdadeira guerra, a triste conflagração militar de brasileiros contra brasileiros. Max Hergert, então subprefeito do distrito de Cosmópolis, após votações da população, estabeleceu a Prefeitura e Paróquia Santa Gertrudes como centrais militares na Villa, utilizando o campanário da igreja Matriz como receptora de rádio comunicação militar, e privilegiado observatório para os soldados. Com o fim da Revolução, após termo de “rendição” militar das tropas paulistas, houve a invasão de Cosmópolis pelos ‘militares Getulistas’, tropas federalistas, registrando inúmeras histórias de abusos, saques e diversas atrocidades geradas pelos espólios e despojos de guerra.

Revolução 1932 – revolucionários em Cosmópolis

Em destaque na imagem, soldados paulistas manejando o temido canhão de artilharia, utilizado para abater aviões e impedir aproximações de tropas inimigas em Cosmópolis, instalado no Morro Castanho. Umas da raras fotos preservadas pelo saudoso Antonio Damiano, disponibilizada pela nora Rosmari Bernacchi.

Texto: Adriano da Rocha
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Foto: Acervo Cosmopolense