De volta ao passado

13/06/1901 – Há exatos 120 anos – “Ofereço a Dna. Esther Nogueira, minha sobrinha, esta pequena lembrança”, assina Major Arthur Nogueira Ferraz, uns dos fundadores da Usina Ester e Cosmópolis.
A histórica imagem, considerada a primeira foto oficial do recém criado distrito campineiro de Cosmópolis, ilustra o diário de Dr. Paulo de Almeida Nogueira, esposo de Esther, então responsável administrativo da Usina Ester e outros empreendimentos da família. Com suas palavras, imortalizadas no livro diário publicado em 1953, descreve a imagem: “Esta fotografia da recém fundada Villa de Cosmópolis, mostra a incipiente Avenida Ester, com alguns colonos, possivelmente há poucos chegados da Europa, no primeiro plano”.
A fotografia foi encomendada pelo Major Arthur Nogueira, o qual realizou o “click” da imagem, após o enquadramento, posicionamento e demais coordenações realizados pelo “photographo”, não identificado. Eram horas de preparativos, principalmente os ajustes das delicadas chapas de vidros, onde ficavam registradas as imagens captadas, até a explosão de um oxidante, parecido com pólvora, o executor da luz de “flash”. A foto é a única preservada de um conjunto de imagens, as quais registravam as festividades do “Dia de Santo Antônio” em Cosmópolis.
Olhar na foto
Uma porteira demarca os limites urbanos da Avenida Ester, instalada nas imediações da atual Rua Duque de Caxias. Nas laterais da porteira, não existiam cercas de arame, existiam dois mata-burros, um artefato de madeira instalado no chão, impedindo a passagem de cavalos, bois e vacas. As edificações ao fundo, são casas comerciais, os icônicos bares e armazéns da “Barroquinha”, alusão ao declínio dos terrenos.
Na direita, esquina com a Rua João Aranha, uma das primeiras hospedagens de Cosmópolis, atualmente dividido em casa, bar e outros estabelecimentos. Próximo da citada hospedagem, é possível identificar uma das caixas d’água de abastecimento dos trens da Carril Funilense, seguida dos trilhos para a Estação, localizada entre as ruas Cel. João Aranha e Baronesa Geraldo de Rezende. As casas posteriores às famílias, à direita da imagem, são moradias de ferroviários, chefe de estação, maquinistas e ajudantes. No presente, a maioria das edificações em destaque, ampliadas e remodeladas nos mais de 120 anos, ainda preservam suas estruturas originais.

Texto Adriano da Rocha (Curta e siga @AcervoCosmopolense) / Foto acervo família Nogueira